HC acaba com fila da fisioterapia dentro de suas instalações

SP TV 2 - Quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

sex, 23/02/2007 - 13h48 | Do Portal do Governo

Da Rede Globo

O SPTV mostrou, nesta quarta-feira (21), as filas enfrentadas por pacientes nos pronto-socorros e a promessa da prefeitura de contratar médicos para resolver problema.

Agora mostramos como o Hospital das Clínicas encontrou uma solução para acabar com a fila da fisioterapia nos hospitais públicos de São Paulo.

Só mesmo apoiado para conseguir ficar de pé. José Felício fez uma cirurgia na coluna. E desde dezembro tenta uma vaga para fazer fisioterapia no Hospital do Servidor Público Municipal.

“Não tem jeito. Não tem vaga, não tem. Eu sinto minhas pernas dormentes”, reclama José Felício Rosa, funcionário público.

Seu Walter também passou por uma cirurgia na coluna no Hospital do Servidor. E só faz o tratamento porque conseguiu ser atendido na Universidade de Mogi das Cruzes.

“Por enquanto não tem vaga. Só para o próximo mês, como eu estou precisando, não posso ficar parado”, afirma Walter Dias do Santos, aposentado.

A fila de espera para fisioterapia também é grande no Hospital Ermelino Matarazzo, na zona leste. A produção do SPTV tentou agendar por telefone.

SPTV: Tem vaga aí para fisioterapia?

Atendente: Não. Vaga tem que ficar na lista de espera. Não tem jeito.

SPTV: Então, não tem vaga disponível?

Atendente: Não. Disponível agora não.

Numa segunda ligação para o mesmo hospital, um outro atendente diz ainda, que até os pacientes operados aguardam uma vaga:

Atendente: Eu não tenho nem vaga quase para os pós-cirúrgicos, as pessoas que fizeram cirurgias no hospital e precisam fazer o acompanhamento aqui de fisioterapia.

A fisioterapia é um tratamento essencial para a recuperação. Estudos desenvolvidos no Hospital das Clínicas mostram que o tratamento pode reduzir o tempo de internação na UTI, de dez para seis dias.

Desde setembro de 2006, a fisioterapia passou a ser um tratamento disponível 24 horas para os pacientes da UTI do HC.

“É bastante significativo para o paciente, para a família do paciente, para o hospital que disponibiliza o leito com mais rapidez, potencializa a capacidade de atendimento. Libera o leito para outro paciente”, explica Clarice Tanaka, diretora técnica da fisioterapia do Hospital das Clínicas.

Menos sofrimento para os pacientes e mais economia para hospital. Cada leito de UTI custa R$ 1.000 por dia. Recursos que vão ser empregados em uma nova unidade, com capacidade para atender 400 pessoas por dia, e que deve estar funcionando em dois meses.

“Ele tem um acesso ao atendimento pelo fisioterapeuta, pela terapia ocupacional e pela fonoaudióloga, dando continuidade ao tratamento obtido no ambiente hospitalar”, esclarece Waldemir Rezende, diretor executivo do Instituto Central HC.

Tratamento que fez milagre para Seu Adolfo. Depois de um derrame e de um enfisema pulmonar, ele agora consegue se movimentar e respirar melhor.

A secretaria municipal de saúde informou que os hospitais do Servidor Público e de Ermelino Matarazzo só oferecem fisioterapia para pacientes internados.

No ambulatório do Hospital do Servidor a espera é de 30 dias. Já os pacientes que tiveram alta no Ermelino Matarazzo são encaminhados para ambulatórios de especialidades.