Gripe suína: vírus em São Paulo não é o mesmo da Califórnia

A Tribuna/Santos

qui, 18/06/2009 - 9h45 | Do Portal do Governo

O Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Saúde de São Paulo, anunciou nesta terça-feira o isolamento de um subtipo do H1N1, conhecido por vírus da gripe suína, uma etapa importante para a produção da vacina brasileira contra a doença. O isolamento foi feito pela equipe da virologista Terezinha Maria de Paiva.

O isolamento do vírus tornou possível o sequenciamento genético da estirpe brasileira do vírus, que foi batizado de A/São Paulo/1454/H1N1.

 “O sequenciamento genético revelou uma mutação na proteína Hemaglutinina, responsável pela capacidade de infectar do vírus, que já não tem o mesmo padrão do vírus da Califórnia (EUA), o primeiro isolado na atual pandemia”.

Segundo o Instituto Adolfo Lutz, a caracterização genética do vírus é fundamental para saber se o padrão se mantém ou já diferenciou dos encontrados em outras regiões do mundo. “Esse trabalho é de extrema importância para monitorar o comportamento do vírus, o que irá contribuir para a produção da vacina e para avaliar a resposta aos medicamentos anti-virais”.

Dezoito hospitais em todo o Estado funcionam como referência para atendimento de casos suspeitos da nova gripe. Essas unidades possuem leitos de isolamento e ficam de prontidão para identificar qualquer caso, comunicar o fato imediatamente ao Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria e colher amostras de secreções nasais e da garganta dos pacientes.

Em São Paulo, o primeiro caso de infecção humana causada pela nova estirpe do vírus foi identificado em um homem de 26 anos que apresentou os sintomas da gripe ao retornar de uma viagem ao México. O paciente foi internado em 24 de abril no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e recuperou-se. Amostra de secreção respiratória deste paciente foi investigada pelos pesquisadores do Adolfo Lutz, que depois isolaram o vírus.