Albertina Duarte Takiuti
Os adolescentes brasileiros são, sob o ponto de vista comportamental, iguais aos de qualquer nação, respeitados, evidentemente, seus perfis culturais, religiosos e sócio-econômicos. Ao saírem da infância, ingressando na pré-puberdade e puberdade, têm dúvidas e conflitos que influenciam diretamente na forma com que enxergam o mundo, as pessoas, a vida. É nessa fase que o jovem passa a ser mais questionador, tem sede de informação. Ao mesmo tempo, e cada vez mais cedo, descobre a sexualidade, dá o primeiro beijo, vive a primeira paixão, a primeira relação sexual. Insegurança, preocupações e medos são sentimentos comuns.
Há 10 anos o Estado de São Paulo mudou radicalmente a abordagem do seu programa de Saúde do Adolescente, implantando um modelo de atendimento integral que contempla aspectos físicos, psicológicos e sociais dos jovens paulistas. Além de informação e orientação, o trabalho busca identificar as emoções, medos e dúvidas dos adolescentes sobre afetividade, relacionamentos e sexo seguro. Rotineiramente, a Secretaria de Estado da Saúde promove palestras e cursos a profissionais médicos que cuidam de adolescentes por todo o Estado.
O resultado mais expressivo desse trabalho está na redução da incidência de gravidez na adolescência. Em 2005 houve, no Estado, 105.003 jovens com menos de 20 anos grávidas, o que representa queda de 29% em relação a 1998, quando foram registrados 148.019 casos.
A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública que exige, fundamentalmente, serviços especializados e profissionais qualificados, que consigam transmitir ao jovem brasileiro, mais do que informação, carinho, respeito e autoconfiança.
Albertina Duarte Takiuti é coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente da Secretaria de Estado da Saúde