Município sedia três dos seis institutos que integram a Apta; setor de pesquisa irá receberá ainda recursos de R$ 1,3 mi e novas contratações
AngelaKuhlmann
Especial para Agência Anhangüera
O governador Geraldo Alckmin visita Campinas hoje para anunciar investimentos no setor de pesquisa agropecuária. Na sede da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) ele assina, às 14h30, três decretos referentes a incremento em pesquisa nos seis institutos da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, quatro deles com sede na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Somente em Campinas são três: Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e parte do Instituto Biológico – e um em Nova Odessa, sede do Instituto de Zootecnia. Os demais – Instituto da Pesca e Instituto de Economia Agrícola e Instituto Biológico – estão sediados na capital paulista.
Os decretos para contratação de 201 novos pesquisadores destinados aos seis centros de pesquisa, de repasse de verba suplementar de R$ 1,3 milhão e de autorização de transferência da sede da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) para Campinas serão assinados em cerimônia no auditório da Cati, seguida de exposição dos principais projetos dos institutos, inclusive com degustação de variedades e produtos agroindustriais desenvolvidos nos centros.
Segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento, Duarte Nogueira, a mudança da sede da Apta, criada em 2000, para Campinas tem como objetivo possibilitar uma aproximação maior da sede administrativa com os pesquisadores, já que quatro dos seis institutos estão nesta região e dois terços dos funcionários da agência trabalham no interior, além de estar mais perto do produtor. A agência será instalada nas dependências da Cati e se junta também à sede da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA).
Todo o pólo estadual de pesquisa agropecuária paulista conta hoje com cerca de 675 pesquisadores. Os 201 novos profissionais cujo decreto de autorização para contratação também será assinado hoje fazem parte de um total de 382 selecionados por concurso público realizado em 2004. São de níveis I (iniciantes) a VI (com trabalhos publicados projetos de pesquisa desenvolvidos) e atuarão nas áreas de geração de novas tecnologias e variedades, e combate às pragas e doenças em todo o parque de pesquisa estadual.
Do total contratado, mais da metade (122) será lotada na região de Campinas.
Serão 75 somente para o IAC, que terá seu quadro ampliado de 172 para 247, outros 25 no Ital, e 22 no Instituto de Zootecnia em Nova Odessa. O Instituto de Economia Agrícola contará com 24, o Instituto de Pesca com 19 e o Instituto Biológico com 26. Outros dez serão lotados nos pólos regionais. “Será um incremento sem precedentes na pesquisa agropecuária paulista. Com este quadro, alcançaremos quase mil profissionais trabalhando pelo desenvolvimento tecnológico da agricultura paulista” , afirmou o secretário. De acordo com ele, a contratação dos 181 remanescentes e aprovados no concurso devem ser efetivados ainda no primeiro semestre de 2005.
A verba suplementar, outro assunto da visita de hoje do governador, será utilizada, de acordo com o Duarte Nogueira, para melhorias na infra-estrutura dos 15 pólos regionais de desenvolvimento tecnológico da Secretaria, espalhados pelas principais regiões produtoras do estado. “Nossos pólos são fazendas experimentais que atuam em consonância com a vocação de cada região, conforme diretrizes traçadas num diálogo constante com o setor produtivo” , disse ele. Uma dessas fazendas é a Santa Elisa, localizada no perímetro urbano de Campinas, e campo de experimentos do Instituto Agronômico.
HISTÓRIA
A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) foi criada por decreto em maio de 2000 com a finalidade de gerar, adaptar e difundir conhecimento para o desenvolvimento sustentável do segmento de agronegócios, atualmente responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB), 42% das exportações totais e 37% dos empregos brasileiros.
Ela tem como finalidade ainda produzir resultados, numa visão de cadeia de produção, pela interação entre seus centros de pesquisas, representados pelos Instituto Agronômico, Instituto Biológico, Instituto de Economia Agrícola, Instituto de Pesca, Instituto de Zootecnia e Instituto de Tecnologia de Alimentos.
Antes das novas contratações, a Apta contava com 675 pesquisadores (dos quais 518 pós-graduados), distribuídos pelos vários centros, um contingente que corresponde a mais de um terço do quadro que integra o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA).
Todo o sistema paulista de pesquisa conta ainda com 64 unidades experimentais regionais e 43 laboratórios de pesquisa. Algumas dessas instituições são centenárias como o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que completou 117 anos, e o Instituto de Zootecnica que em 2005 completa 100 anos.
Segundo a Secretaria, a agência nasceu da necessidade de implantar uma nova estrutura para fazer frente à transformação econômica e social do setor agropecuário. A partir do novo modelo, foram criados pólos regionais divididos em dez pontos estratégicos localizados nas diversas regiões do Estado para atuarem com foco nos problemas das cadeias de produção locais e não mais somente nos experimentos em si.
