Governo transfere 300 presos em SP

O Estado de S.Paulo - Quinta-feira, 11 de outubro de 2007

qui, 11/10/2007 - 14h47 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

Temendo confrontos entre as facções criminosas que dominam presídios de São Paulo, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) fez ontem uma transferência em massa de presos de unidades das regiões oeste e central do Estado. Alegando motivo de segurança, a SAP não confirmou as transferências nem o motivo delas, revelados ao Estado por fontes do sistema prisional.

À tarde, cerca de 300 detentos de facções inimigas do Primeiro Comando da Capital (PCC), que ocupavam a Penitenciária de Presidente Prudente, foram transferidos para a Penitenciária 1 de Itirapina. Com capacidade para 410 detentos, a P1 de Itirapina tinha sido esvaziada na segunda-feira, quando os 385 detentos foram levados para outros presídios – a SAP também invocou motivos de segurança para não divulgar os locais exatos.

Na Penitenciária de Prudente havia 400 detentos. Foram transferidos para Itirapina 300, integrantes das facções Comando Brasileiro Revolucionário da Criminalidade (CRBC), Seita Satânica, Comando Democrático da Libertação (CDL) e Amigos dos Amigos (ADA).

Os outros 100 presos que ficaram em Prudente, tidos como “neutros”, também deverão ir para Itirapina. Eles ocuparão vagas destinadas aos detentos do semi-aberto. A unidade de Prudente, por sua vez, deverá receber 200 presos do PCC que devem sair de outros presídios não divulgados.

Os detentos transferidos de Prudente foram colocados em seis ônibus da SAP, num comboio que saiu da cidade às 9 horas. Os ônibus percorreram o trajeto de 331 quilômetros até Itirapina escoltados por oito viaturas da Força Tática da Polícia Militar, sob comando do primeiro-tenente Denilson de Souza Costa. O desembarque em Itirapina ocorreu no final da tarde, sob a vigilância de dezenas de PMs.

ADVOGADOS

A 1.ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu o benefício da prisão domiciliar aos advogados Libânia Catariana Fernandes, Valéria Dammous e Eduardo Diamante, acusados de ligação com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Eles foram presos em 28 de junho de 2006, em meio às investigações sobre a onda de atentados e rebeliões promovidos pela facção.

Apesar de ter deferido o pedido da defesa, o ministro Carlos Alberto Menezes Direito, relator do habeas-corpus no STF, se disse “profundamente angustiado”. “Advogado não pode ter essa ficha criminal”, declarou.

Libânia, Valéria e Diamante são acusados de agir como “pombos-correio” de líderes do PCC, transmitindo ordens para motins e a destruição de presídios. Para o advogado Leonardo Seabra, defensor de Valéria, a prisão em regime fechado era injusta.