Governo paulista lança programa de qualidade

Valor - 19/6/2002

qua, 19/06/2002 - 10h22 | Do Portal do Governo

Com a apresentação, ontem, do ‘Selo São Paulo de Qualidade para o Café Torrado e/ou Moído’, no Palácio dos Bandeirantes – sede do governo paulista -, foi lançado oficialmente o Programa de Qualidade Selo São Paulo, que prevê a certificação de diversos produtos agroindustriais de qualidade considerada superior.

Para o café, locomotiva do programa, a principal meta é elevar as exportações de produtos industrializados. ‘Em cinco anos, esperamos que os embarques de cafés torrados, com blends específicos e certificação laboratorial representem 50% das exportações totais de café de São Paulo’, afirmou João Carlos de Souza Meirelles, secretário de Agricultura do Estado – principal exportador de café do país. Em 2001, lembra, o Brasil embarcou 24 milhões de sacas, sendo 22 milhões de café verde em grão, de baixo valor agregado.

Meirelles crê que em 60 dias todas as propriedades paulistas produtoras de café já deverão estar certificadas pelas centenas de ‘Casas da Agricultura’ – ligadas à sua secretaria – espalhadas pelo Estado. O programa também prevê certificação do processo de secagem (por lote) e, a classificação da bebida, já na indústria, por laboratórios privados homologados pelo governo. Cumprido todo o processo, o produto final levará o selo lançado ontem.

‘E o aumento de custos previsto será de 0,5% a 1% do valor de venda de um café de alta qualidade, que chega a ser comercializado por um preço 50% mais alto que o convencional. Ou seja, o acréscimo é mínimo’, afirmou. Conforme Nathan Herszkowicz, presidente da Câmara Setorial do Café – ligado à Secretaria de Agricultura e responsável pela criação do programa de Qualidade Selo São Paulo -, os primeiros cafés com a nova marca deverão chegar ao mercado em julho.

‘Estaremos na primeira leva’, afirmou Irving Nadir Vieira, presidente da Melitta do Brasil, empresa com sede na Alemanha que fatura anualmente R$ 240 milhões no país e US$ 1,5 bilhão no mundo. No Brasil, a empresa deverá produzir 20 milhões de quilos de café torrado e moído em 2002, 6% mais que em 2001.

De acordo com Omar Ahmad Assaf, presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), ‘está na hora de agregar valor, e o varejo está nessa batalha. Temos que exigir um padrão mínimo de qualidade para vários produtos. Os próximos podem ser os lácteos, por exemplo’.

A Apas assinou ontem protocolo de intenções com a Secretaria da Agricultura para a adoção desses padrões mínimos para produtos agroindustriais. Assinaram compromisso semelhante com o governo entidades ligadas ao setor gastronômico.

Fernando Lopes
De São Paulo