Governo estadual busca empresas de tecnologia para investimento

O Estado de S. Paulo - 31/5/2003

sáb, 31/05/2003 - 11h34 | Do Portal do Governo

Recursos somam R$ 15 milhões e interessados podem se inscrever até 30 de junho

Apesar de São Paulo ser o Estado que concentra o maior número de empresas de software do País – 24,2% do total, conforme estudo do Ministério da Ciência e Tecnologia -, o peso do setor na economia paulista é ‘quase nada’, de acordo com Vanda Scartezini, assessora especial da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado de São Paulo. Ela participou do evento Brasil Software Week.

Para mudar este panorama, o governo estadual iniciou o programa SP Venture em TI (sigla de Tecnologia da Informação), que tem R$ 15 milhões para investir em empresas de tecnologia no Estado. ‘O software deve ter uma participação importante, mas o programa não exclui outras áreas, como a biotecnologia’, explica Walter Bentivegna, diretor de Negócios da Eccelera, parceira do governo no programa. Os recursos são do fundo SPTec, que tem R$ 24 milhões e reúne a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Sebrae-SP, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Eccelera, do grupo venezuelano Cisneros. As inscrições de interessados devem ser feitas até 30 de junho. Para mais informações, o endereço eletrônico do programa é spventure-ti@eccelera.com.

‘O software deve se tornar um dos principais setores no Estado ao fim da atual gestão’, conta Vanda. No final do ano, o governo estadual planeja realizar em São Paulo uma mostra de software para apresentar a indústria paulista para o mercado internacional. ‘Convidaremos representantes de consulados, embaixadas e empresas internacionais’, afirma Vanda, que, durante o governo Fernando Henrique Cardoso esteve à frente da Secretaria de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia. ‘A exportação do software está muito aquém do que poderia ser’, acrescenta. ‘Falta ainda um razoável apoio a marketing.’

‘Clusters’ – Além do incentivo ao software, outro programa liderado por Vanda tem como objetivo digitalizar ‘clusters’ (regiões que concentram várias empresas dedicadas a uma só atividade) no Estado. ‘Estamos começando com os ‘clusters’ menos favorecidos’, diz a assessora.

Os dois primeiros são os agrupamentos cerâmico, em Santa Gertrudes, e calçadista, em Birigüi. ‘Existem setores superimportantes para São Paulo, mas que estão tecnologicamente muito defasados’, afirma Vanda. ‘Uma miríade de pequenas empresas ainda funciona como se estivesse no século 19.’

De acordo com a assessora, o objetivo é fechar parcerias com a iniciativa privada para incluir as pequenas empresas em um ambiente de mercado eletrônico, com tecnologia de internet, para que possam se relacionar com as companhias maiores. Outra preocupação é capacitar estas empresas no que diz respeito à qualidade, com apoio do Sebrae, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), das universidades e dos centros de tecnologia das associações de classe.

Os projetos-piloto – de Birigüi e Santa Gertrudes – devem entrar em operação até agosto. Em Birigüi, são 184 empresas pequenas e 10 médias ou grandes. Em Santa Gertrudes, há 60 empresas. Segundo Vanda, São Paulo responde por 40% da produção do setor cerâmico do País. Depois dos ‘clusters’ cerâmico e calçadista, os próximos da lista são o turístico e o têxtil.

Renato Cruz


O Estado de S. Paulo – 31 de maio de 2003