Governo define regras para cursinho gratuito

Jornal da Tarde - Terça-feira, 4 de maio de 2004

ter, 04/05/2004 - 9h21 | Do Portal do Governo

Será anunciado hoje oficialmente o programa que vai oferecer aulas para alunos da rede pública nos bairros da Zona Leste da Capital

O secretário estadual da Educação, Gabriel Chalita, anuncia hoje como vai funcionar o cursinho pré-vestibular gratuito organizado pela Universidade de São Paulo (USP) para estudantes da rede pública da Zona Leste.

O novo curso terá 5 mil vagas. Será um total de 100 turmas de 50 alunos. As aulas devem começar no segundo semestre. Os critérios de seleção dos alunos, porém, ainda não foram anunciados. O esquema está sendo estudado pela Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp) da Secretaria estadual da Educação.

A iniciativa é uma proposta da USP, que buscava uma alternativa ao sistema de cotas, defendido pelo ministro da Educação, Tasso Genro. O custo do cursinho para a Secretaria da Educação será de R$ 3 milhões.

A universidade nunca havia aberto um cursinho gratuito. Este vai ser o primeiro, e voltado para alunos que pretendem cursar a faculdade no novo campus da Zona Leste. Mas alunos das faculdades de engenharia e psicologia têm cursos pré-vestibular para pessoas de baixa renda há mais de dez anos.

Todos, no entanto, cobram mensalidades – apesar de as taxas serem abaixo dos custos de um cursinho tradicional.

Outra iniciativa da USP para driblar a sugestão das cotas vai ser a ampliação do número de isentos da taxa do vestibular. Até o ano passado, 20 mil estudantes pobres não precisavam pagar os R$ 75 para prestar o concurso.

Em 2003, cerca de 50 mil alunos chegaram a comprovar que não podiam pagar a taxa, mas mais da metade não pôde ser isento dos custos. Agora, o número de isenções vai subir para 60 mil.

O sistema de cotas provocou um debate no final do mês passado entre o ministro Tasso Genro e Adolfo Melphi, reitor da USP. Segundo a universidade, no ano passado, 34% dos alunos inscritos no vestibular eram formados em escolas públicas. Entre os aprovados, o número de alunos do ensino oficial cai para 18%. Deles, só 2% tem renda familiar abaixo de R$ 500.