Governo define data do leilão da CTEEP

Valor Econômico - Sexta-feira, 16 de setembro de 2005

sex, 16/09/2005 - 10h56 | Do Portal do Governo

SÃO PAULO – O governo de São Paulo derrubou, na terça-feira, a liminar que impedia o processo de privatização da Companhia de Transmissão de Energia Paulista (CTEEP) e já definiu a data do leilão. Será no dia 8 de fevereiro, segundo informação do secretário estadual de Energia e Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce. Os envelopes das empresas pré-qualificadas à concorrência para avaliação econômico-financeira e para a modelagem de venda foram abertos ontem. Disputam o serviço de avaliação econômico-financeira da estatal de transmissão o banco Banif, a consultoria Ernst Young, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Máxima Consultoria, a Trevisan Consultores e a UP Side Finanças.

Para a elaboração da modelagem de venda concorrem os bancos Santander e Merril Lynch, além de cinco consórcios: o Partner Consulting, formado pelos bancos Brascan e Deutsch mais a Demarest; o consórcio formado pelo banco BBVA e o escritório de advocacia Arthur. D. Litte; a sociedade entre a KPMG e escritório Azevedo Sodré; o consórcio São Paulo Transmissão, formado pelo Banco Pátria, Hocthchild e Tozzini Freire Escritório; e o consórcio Corredeira, sociedade entre o Citybank e a corretora Rio Bravo. Os vencedores assinam na segunda-feira os contratos com o governo estadual.

São Paulo espera receber pelo menos R$ 1 bilhão com a venda da CTEEP. Esse dinheiro será utilizado integralmente no processo de capitalização de outra estatal paulista de energia, a Cesp.

Além disso, uma outra capitalização de R$ 120 milhões está sendo feita na Cesp, com a transferência de R$ 60 milhões em ações das empresas estatais CTEEP e Emae. Uma segunda etapa desse processo prevê uma oferta ao mercado de ações da Cesp no valor de mais R$ 60 milhões. Um decreto autorizando essa transferência foi publicado na sexta-feira passada. ‘ Na primeira fase faremos a oferta para os acionistas minoritários da Cesp e na segunda para todo o mercado ‘ , explica Arce, que participou ontem do 2º Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase).

Para cumprir um acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fechado por ocasião da concessão de um empréstimo para a Cesp no valor de R$ 1,2 bilhão, no ano passado, o Tesouro estadual precisa capitalizar a empresa no correspondente a 10% do empréstimo

Mesmo com a verba já autorizada, o objetivo do governo, segundo Arce, é captar o máximo possível desse valor no mercado. ‘ Dos R$ 60 milhões iniciais, cerca de R$ 600 mil até agora vem dos minoritários ‘ , diz Arce, complementando que ‘ quanto mais o mercado comprar em ações melhor ‘ .

Terminada a segunda fase da capitalização, o valor que faltar para completar os R$ 120 milhões acertados com o BNDES será colocado pelo governo estadual. Mas isso sem o desembolso de dinheiro, todo o aporte será feito em ações da CTEEP e da EMAE. Terminado esse processo, a Cesp ainda contará com o dinheiro da privatização da companhia de transmissão.