Governo de SP vai vistoriar instalações de faculdades

Folha de S.Paulo - Terça-feira, 12 de agosto de 2008

ter, 12/08/2008 - 9h53 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

As universidades públicas de São Paulo ainda estão longe de estar completamente adaptadas para receber portadores de deficiência, mas têm se esforçado para atender a esse público.

Para avaliar se as instalações estão de acordo com as exigências, a Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência começará a vistoriar os prédios das universidades paulistas até o fim deste ano.

O primeiro destino será o interior. “Sabemos com mais facilidade sobre a situação da capital, pois estamos aqui”, diz a titular da pasta, Linamara Rizzo Battistella. “Agora, na Unicamp e nas unidades da Unesp e da USP no interior, é mais difícil saber o que está faltando.”

A idéia é fazer um mapeamento nessas instituições para descobrir o que precisa ser feito em cada uma delas e avaliar os custos. O governo paulista diz que não há prazo para concluir as melhorias.

A pasta também quer acompanhar de perto as instituições privadas. O foco é facilitar a vida dos 3.471 deficientes matriculados no ensino superior paulista (privado e público), segundo dados de 2006, quando foi feito o último Censo da Educação Superior pelo Inep, ligado ao Ministério da Educação.

A presença dos portadores de deficiência entre os matriculados em universidades é pequena. Pelo censo do Inep de 2006, os alunos com deficiência representavam só 0,15% dos universitários no país. Como comparação, em 2000, no último censo do IBGE, 24,6 milhões de pessoas, ou 14,5% da população no país, eram deficientes.

“Isso reflete a própria exclusão social, que já vem desde o ensino fundamental, por causa do despreparo de professores e da própria família em incentivar esses alunos”, avalia Maria Candida Del Masso, docente do Departamento de Educação Especial da Unesp em Marília. “E também há o lado financeiro, porque materiais e transporte adaptados são caros.”

Desde 2001, a USP tem um programa que visa implementar políticas voltadas para alunos, docentes e funcionários com deficiência, o USP Legal (http://usplegal.saci.org.br). O campus da capital no Butantã (zona oeste), por exemplo, foi todo mapeado, e parte das intervenções já foi realizada.

Em uma pesquisa on-line respondida por cerca de 34 mil dos mais de 57 mil alunos matriculados na graduação, somente 134 pessoas disseram ter alguma deficiência. O resultado é parcial, mas já mostra como esse universo é reduzido.

O número de alunos com deficiência na Unesp também não é expressivo, apesar de não haver dados consolidados. Entre as políticas de inclusão, há a concessão de uma bolsa de R$ 200 para o aluno deficiente. Ele poderá ser auxiliado em sala por um colega, que também receberá R$ 200.

A Unicamp diz que formou uma comissão em 2006 que está reunindo dados relativos aos estudantes deficientes.