Gustavo Faleiros, de São Paulo
O Governo Federal resolveu apostar suas fichas no Estado de São Paulo para atingir a meta de aumento das exportações neste ano. Em primeira reunião de uma parceria firmada entre a Agência de Promoção das Exportações (Apex) e o governo do Estado, o secretário estadual de Desenvolvimento, João Carlos Meirelles, projetou um aumento de 10% nas exportações paulistas. São Paulo foi responsável por cerca de 30% das vendas externas brasileiras em 2003, ou US$ 20,1 bilhões.
O presidente da Apex, Juan Quirós, esteve ontem em São Paulo reunido com técnicos da secretaria e apresentou um estudo, considerado ‘incisivo’ por um dos presentes, de quais devem ser as áreas priorizadas em um plano de aumento das exportações no Estado. Quirós trouxe ainda o convite para que empresas paulistas participem das 232 feiras em que o Brasil estará presente neste ano, além de missões à Rússia, Índia, África do Sul e China.
Meirelles explicou que os esforços do governo de São Paulo vão se concentrar em aumentar a industrialização de alguns bens agrícolas. Citou o café e o açúcar, cujas porcentagens exportadas sem qualquer tipo de beneficiamento ultrapassam os 90%. Também deve ser dada atenção à grande parcela de produtos manufaturados feitos no Estado – 84% de tudo que é produzido. A intenção é alcançar novos mercados.
Neste sentido, os institutos de pesquisa de São Paulo vão ser utilizados, ajudariam no desenvolvimento de novos produtos e na solução de gargalos técnicos nas pequenas e médias empresas. O Sebrae também entrará na estruturação de pólos produtivos, como tem feito em cidades do interior, como Birigui (calçados) e Santa Gertrudes (cerâmica).
O superintendente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da Universidade de São Paulo (USP), Guilherme Ary Plonski, deu o exemplo de uma empresa de instrumentos cirúrgicos que, apenas no primeiro trimestre, exportou o dobro de todo o ano de 2002, por ter investido em inovação dos produtos.
As exportações de São Paulo cresceram 17,2% nos três meses do ano, somando US$ 4,7 bilhões. No ano passado, apesar de uma pequena diminuição nas exportações (2,5%), o Estado conseguiu um saldo positivo na balança comercial, algo que não ocorria pelo menos há cinco anos. O superávit foi de US$ 255 milhões. Os produtos mais exportados, no primeiro trimestre, foram automóveis e peças (12,8%), máquinas e equipamentos (12,4%), aeronaves (9,2%), aparelhos eletroeletrônicos (7,8%) e suco de laranja (4,6%).
A estratégia da Apex é levar, para várias unidades da Federação, um plano de promoção de produtos de vocação regional. Segundo Quirós, já há outros quatros Estados interessados em receber estudos do Ministério do Desenvolvimento. Na reunião com o governo paulista, um grupo de trabalho foi criado que, em breve, deverá definir ações da parceria com a Apex.
