Governador de São Paulo nomeia novo reitor da Unesp

Folha de S. Paulo - São Paulo - Segunda-feira, 27 de dezembro de 2004

seg, 27/12/2004 - 9h23 | Do Portal do Governo

Alessandra Balles
Da Redação

‘O olhar do dono é o que engorda o gado.’ Marcos Macari, 54, cita o ditado popular para definir o seu modo de administrar. O professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias e pró-reitor licenciado de Pós-Graduação e Pesquisa foi nomeado no final de semana pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) como reitor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) por quatro anos.

Ele disse que pretende visitar cada uma das 23 unidades do Estado pelo menos uma vez por semestre, para ver se ‘as metas propostas estão sendo atingidas’.
Macari e o vice-reitor nomeado, Herman Voorwald, encabeçavam a lista tríplice que foi enviada ao governador. Em eleição realizada em novembro, eles obtiveram 37,85% dos votos.

Leia abaixo trechos de entrevista com o novo reitor, que assumirá o cargo no próximo dia 15 e administrará um orçamento de R$ 933 milhões em 2005.

Folha – O senhor vai assumir uma universidade que tem uma dívida de R$ 500 milhões. Quais serão as primeiras ações?
Marcos Macari – A universidade já pagou neste ano o acordo que foi feito com o Ipesp [Instituto de Previdência do Estado de São Paulo]. A dívida tem de ser paga em 30 anos, e a parcela de 2004 foi paga, pelo menos pelas informações que eu tive enquanto estava em campanha. A parcela anual é de cerca de R$ 30 milhões, e é óbvio que a universidade tem de cumprir o acordo.

Folha – Na campanha, Amilton Ferreira [candidato da oposição] disse que um dos problemas da atual gestão foi o isolacionismo em relação à comunidade. Como melhorar o relacionamento, levando-se em conta que a Unesp é uma instituição espalhada por 23 cidades?
Macari – Quando eu era pró-reitor, já andava muito pelo interior. Minha intenção é resgatar esse diálogo com a comunidade. Pretendo marcar um fórum de discussão com os alunos, quero saber quais são os anseios, mostrar a real situação da universidade do ponto de vista acadêmico e orçamentário e discutir quais são as ações que vamos fazer dentro do limite do que temos. Como a razão de ser da universidade são os alunos, eu acho a busca conjunta de soluções importante.

Folha – O senhor pretende visitar tantas unidades sempre?
Macari – Como eu sou da área de agrárias, como aquele ditado que diz ‘o olhar do dono é o que faz o gado engordar’, então acho que você tem de ir lá para ver. Eu tenho mais esse perfil. Eu gosto muito de ver, de cobrar desempenho, saber se as metas propostas estão sendo atingidas. É um perfil que não é de gabinete, é mais de campo. Eu pretendo visitar as unidades uma vez por semestre, e algumas até mais de uma vez.

Folha – O senhor vai priorizar a graduação ou a pós?
Macari – É claro que na universidade você tem de trabalhar buscando a excelência, então não posso deixar de apoiar a pós e a pesquisa, mas confesso que pretendo voltar o olhar bastante para a graduação. É uma discussão recorrente na Unesp que as reitorias nunca dão atenção à graduação. Vamos cobrar um bom desempenho, competente e profissional, para que o graduando ganhe também com isso.