Gotas de saúde

Vale Paraibano - Terça-feira, dia 22 de agosto de 2006

ter, 22/08/2006 - 10h53 | Do Portal do Governo

Helena Sato

Vinte e seis de agosto, das 8h às 17h. É importante que os pais e responsáveis por crianças com menos de cinco anos anotem essa data e horário. Será um sábado, dia da segunda fase da vacinação contra paralisia infantil. As crianças que foram vacinadas em junho devem, sim, comparecer a um posto de saúde. Quem não tomou, da mesma forma: precisa ir ao posto. É um compromisso com a saúde das crianças.

O Brasil entra, em 2006, no 17º ano sem registro de casos poliomielite, doença grave que pode provocar seqüelas irreversíveis e até a morte. No Estado de São Paulo a paralisia infantil (como é popularmente conhecida a poliomielite) está erradicada há 18 anos. Sem dúvida, um motivo de alívio para os brasileiros, mas de alerta constante por parte dos profissionais de saúde pública.

No calendário nacional de imunização, a vacina Sabin, contra a pólio, é assegurada para todas as crianças, gratuitamente, pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A primeira dose deve ser aplicada aos dois meses de vida; a segunda, aos quatro meses; a terceira, aos seis meses. Além disso, mais dois reforços, o primeiro com 15 meses e o segundo entre os cinco e seis anos de idade.

Além desta vacinação, é fundamental que todas as crianças menores de cinco anos participem das campanhas de vacinação em massa, promovidas anualmente pelo governo. São duas gotinhas em cada fase. Nessas ocasiões, é aplicada uma dose (duas gotas) extra da vacina oral contra a poliomielite, de extrema importância para cobrir eventuais falhas ao esquema de rotina e disseminar o vírus vacinal no meio ambiente, para que imunize pessoas ainda não protegidas.

Por que todo esse cuidado, se a pólio está erradicada há tanto tempo? Simplesmente pelo fato de a doença ainda existir em outros países, principalmente, na Ásia e na África. O vírus da paralisia infantil, portanto, continua circulando e pode ser re-introduzido no Brasil por um viajante e contaminar pessoas que não estiverem devidamente imunizadas, da mesma forma que um brasileiro não imunizado pode contrair a doença se viajar a um desses países.

A meta da Secretaria de Estado da Saúde é imunizar, nesse dia, cerca de 3,1 milhões de crianças menores de cinco anos. Para a campanha deste ano haverá cerca de 21 mil postos de vacinação, entre fixos e volantes, nos 645 municípios paulistas, abertos à população, vale reforçar, das 8h às 17h do sábado. Serão mobilizados 50 mil profissionais de saúde, em parceria com as prefeituras.

Como tradicionalmente acontece todos os anos, a dupla Zé e Maria Gotinha, mascotes da Secretaria, percorre as cidades para divulgar a campanha. A vacina contra a paralisia infantil é indolor e não causa reações adversas: são duas gotas, de aplicação via oral, que garantem a imunização da criança e, conseqüentemente, uma vida mais saudável.

Em abril último promovemos a campanha de vacinação de idosos contra a gripe, um grande sucesso no Estado de São Paulo. As pessoas com 60 anos ou mais compareceram em massa aos postos de saúde, superando todas as expectativas. Temos a certeza que os pais ou responsáveis de crianças menores de cinco anos seguirão o exemplo, levando seus filhos para tomar a vacina Sabin no próximo dia 26.

Helena Sato, médica pediatra, é coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo