Cleide Silva, de São Sebastião
Por causa da saturação do Porto de Santos, a General Motors, com mais de 20% de sua produção voltada ao mercado externo, recorreu ao Porto de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, para enviar veículos ao México, um dos seus principais clientes. Essa mudança mostrou-se econômica. O envio dos carros fabricados em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, e em São Caetano do Sul, no ABC paulista, via São Sebastião resultou em economia de R$ 300 mil para a montadora em relação a Santos, tradicional ponto de escoamento de veículos brasileiros.
Ontem, a montadora realizou seu primeiro embarque de 4.540 veículos modelos Corsa, Astra, Meriva e Montana por essa rota, uma alternativa ao Porto de Santos, que opera no limite. ‘É um embarque piloto, mas se tudo funcionar bem vamos usar esse porto com mais freqüência’, disse o presidente da GM, Ray Young. No próximo mês, outro navio seguirá para o mercado mexicano. O valor total da carga enviada ontem, a maior que já partiu desse porto, é de R$ 90 milhões.
De acordo com Young, a GM espera repetir em 2005 o volume de exportações previstas para este ano, de US$ 1,5 bilhão, incluindo as operações da empresa na Argentina. ‘Mas vai depender também da disponibilidade de infra-estrutura’, ressaltou.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aproveitou a solenidade realizada pela GM para marcar seu primeiro embarque por São Sebastião e confirmou novos investimentos na ampliação do porto e de melhorias no acesso ao local. O governo está finalizando processo de abertura de licitação para a duplicação da Rodovia Tamoios, que liga o Vale do Paraíba ao litoral norte. Também será realizada licitação para a construção de mais um cais no local. Governo e iniciativa privada devem investir, até 2008, R$ 1,3 bilhão para transformar a região em um novo corredor de exportações.
A Volkswagen já despacha veículos para a Argentina desde abril, mas o objetivo do governo estadual é ampliar o uso desse porto.
Ontem, Alckmin inaugurou dois dolphins, estrutura para atracação que possibilita a passagem de navios de grande porte. ‘Antes, o acesso era para navios com capacidade máxima de 2 mil veículos; agora podem atracar embarcações para até 5 mil veículos’, disse.
O governo paulista pretende ainda construir novos acessos ao porto, que evitem o tráfego de caminhões pelas rodovias usadas por moradores e turistas. Quando estiverem concluídas as obras de duplicação da Tamoios, o trecho exclusivo, com túneis de acesso mais rápido, terá cobrança de pedágio. ‘Quem quiser poderá continuar utilizando a rota atual, que não terá pedágio’, informou o secretário dos Transportes, Dario Rais Lopes.
