Fuvest mais fácil pode elevar nota de corte

Folha de S.Paulo - Segunda-feira, 26 de novembro de 2007

seg, 26/11/2007 - 15h01 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

O grau de dificuldade da prova da primeira fase da Fuvest, realizada ontem, foi considerado fácil, o que deve elevar a nota de corte para a segunda fase, segundo a avaliação de professores ouvidos pela Folha.

Outra característica apontada foi a presença de efemérides nas questões, como os 200 anos da vinda da família real portuguesa ao Brasil.

“Ao analisarmos o nível geral da prova, que foi mais simples, podemos vislumbrar um aumento nas notas de corte”, afirma Carlos Eduardo Bindi, coordenador do Etapa.

Serão convocados para a segunda fase candidatos mais bem classificados em três vezes o número de vagas. A nota de corte é a pontuação mínima para ser convocado. Com uma prova mais simples, o número de acertos cresce e, conseqüentemente, a nota de corte sobe.

Enquete on-line (sem valor estatístico) feita pelo Etapa com cerca de 2.000 vestibulandos, que participam por meio do número de inscrição da Fuvest, apontou que a média geral de acertos foi de 55,7, contra 52,5 no ano passado, segundo dados até as 22h30. “Pode haver alguma flutuação, mas, pelo histórico, a enquete tem sido bastante fidedigna à realidade. Portanto, podemos esperar que, se a média dos candidatos melhorou, a nota de corte tende a subir”, avalia Bindi.

Dez por cento das 90 questões, que valem um ponto cada uma, foram interdisciplinares.

“Na comparação com o ano passado, foi um pouquinho mais fácil”, disse Antonio Mario Salles, professor de química do Objetivo. Segundo ele, houve um equilíbrio na distribuição do conteúdo de química.

“Física foi uma prova simples, mas bastante inteligente”, afirma Marcelo Monte Forte da Fonseca, do Etapa.

Em inglês, a novidade foi que os enunciados e as alternativas eram em português, o que deve ter facilitado para os vestibulandos. “Foi uma prova bastante tranqüila, com vocabulário fácil”, avalia Alahkin de Barros Filho, professor do Etapa.

“Exceto pela parte de exatas, a prova foi mais fácil do que no ano passado. As questões que envolviam interdisciplinaridade foram fáceis. A mais difícil foi a de matemática”, afirma Bruno Carvalho, 19, candidato a uma vaga em publicidade.

Já para Solange da Silva Amorim, 23, que presta medicina pelo quinto ano, o exame foi mais difícil. “Queria estar mais contente. Nas questões de interdisciplinaridade, pediram mais interpretação de texto.”

Apenas 4,96% dos 140.999 candidatos deixaram de comparecer à prova. Na região metropolitana de São Paulo, 4.955 vestibulandos não foram e no interior faltaram 2.042 inscritos. Esses números são inferiores aos do ano passado, quando 5,17% estiveram ausentes.

São Caetano do Sul foi a cidade em que o índice de abstenção foi o maior, com 10,17%.

Nenhum incidente grave foi registrado durante a aplicação do exame, segundo a fundação.

A Fuvest publica no dia 14 a lista dos convocados para a segunda fase, que acontece de 6 a 10 de janeiro, e a lista dos aprovados sai no dia 7 de fevereiro.

Estão em disputa 10.552 vagas, sendo 10.302 para a USP, cem para a Santa Casa e 150 para a Academia de Polícia Militar do Barro Branco.

Jornalismo é a carreira mais disputada, com 41,63 candidatos por vaga. O líder no número de inscrições (12.973), no entanto, é o curso de medicina.

NA INTERNET – Confira a resolução das questões da primeira fase em www.folha.com.br