Folha de S. Paulo
O catálogo que registra a obra completa da modernista Tarsila do Amaral irá reunir cerca de 2.000 trabalhos, quase o dobro do resultado do primeiro levantamento sobre a produção da artista, publicado em 1975, e realizado pela crítica e curadora Aracy Amaral.
Organizada por uma parceira entre a produtora Base 7 e a Pinacoteca do Estado, a nova publicação ampliou consideravelmente o número de obras conhecidas da artista ao incorporar uma grande quantidade de ilustrações para livros e jornais.
“Nossa previsão era de um acréscimo de 20% de obras, mas encontramos muitas ilustrações. Só entre 1940 e 1944 ela ilustrou 29 livros para a série “Os Mestres do Pensamento”, dirigida por José Pérez”, conta Maria Eugênia Saturni, diretora da Base 7.
Das 2.000 obras catalogadas, há em torno de 500 ilustrações, que fazem parte de 1.650 desenhos da artista, além de cerca de 350 pinturas. Essa grande quantidade de desenhos inclui vários esboços que também não faziam parte do levantamento de Aracy Amaral.
“Minha catalogação foi deliberadamente seletiva, pois eu não me preocupei com o que chamo de produção “fundo de gaveta”, isto é, estudos da artista, que revelam sua intimidade, e eu não sei se ela concordaria em divulgar isso tudo”, conta Aracy. Grande parte desses desenhos passou a circular após a morte da artista.
Consultora da elaboração do catálogo, Aracy, no entanto, considera que a surpresa da nova pesquisa é revelar que “Tarsila era uma ilustradora constante”. Mesmo ampliando em 100% o volume de trabalhos oficiais de Tarsila, a comissão de pesquisa do catálogo negou-se a atribuir à artista outras 200 obras surgidas durante o levantamento.
