Fundação Casa traz oportunidade a jovem

Jornal de Jundiaí

seg, 26/04/2010 - 8h27 | Do Portal do Governo

Um dia, o jovem de 17 anos estava em casa, junto com a mãe, quando a polícia chegou. Ela foi presa por vender drogas e ele acabou sendo levado para a cadeia. Depois de alguns meses na unidade de internação da Fundação Casa Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, o garoto conseguiu um novo rumo para a vida. Formou-se no curso de polimento e cristalização e agora espera conseguir um financiamento para adquirir o material e iniciar uma empresa prestadora de serviços.

Essa é uma das histórias que tem todas as chances de ganhar um recomeço e fazer do menino, que mesmo tendo problemas estruturais na família, um profissional satisfeito no futuro. Isso graças à chance que teve de se focar e querer um futuro diferente. “Ele ia ser desinternado antes do Natal. Mas não quis. Pediu para ficar mais um tempo e passar por algum curso profissionalizante para ter mais chances no mundo”, comenta Conrado Guin, articulador social da unidade.

O menino sonha com um futuro melhor. Estuda, mora com um irmão que é técnico de qualidade em uma metalúrgica e almeja fazer uma faculdade de desenho. “Quero trabalhar, estudar, fazer cursos”, conta, com os olhos brilhantes. De acordo com a gerente da unidade Rose Meire Mendes de Almeida, os cursos profissionalizantes oferecidos têm auxiliado os ex-internos a conseguir um lugar ao sol. “Tem um menino que era considerado problemático. Depois que passou pelo curso de panificação, descobriu que tinha um dom. Hoje está trabalhando nesse ramo. Ele faz coisas deliciosas”, relembra.

A esperança em ter uma vida diferente da que levava antes de chegar à internação é a expectativa de um adolescente de Campo Limpo Paulista. Preso por ter participado do roubo ao banco da prefeitura daquela cidade, foi baleado quatro vezes durante a fuga. “Quando caí no meio do mato, pensei nas coisas que fiz e vi que não valia a pena.” O rapaz iniciou o curso de polimento e cristalização e terminou o de barista. Mas o que o faz feliz é imaginar ser dono de uma cafeteria. “Gosto muito desse trabalho. Estou me dedicando a esse curso”, comenta.

Esse rapaz diz lamentar o tempo que passou longe da família enquanto estava no mundo do crime. Apesar da pouca idade, ele estava há mais de seis anos praticando assaltos. “Espero sair daqui em breve. Estou há quase seis meses e já consegui passar da quinta série para a oitava. Espero chegar ao ensino médio”, projeta.  Durante o período de internação, os adolescentes passam por aulas que valem pelo sistema educacional convencional, por isso, quando saem, podem ingressar na rede pública normalmente.