Fraude em posto era acionada por controle remoto

Agora – sábado, 14 de junho de 2008

sáb, 14/06/2008 - 17h58 | Do Portal do Governo

Agora

O Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo) descobriu uma nova modalidade de fraude de combustíveis: o uso de controle remoto para acionar um sistema que muda a quantidade mostrada na bomba -que fica acima da realmente vendida para o consumidor.

A prática foi encontrada na Auto Posto Rio da Prata Ltda, na Penha, zona leste, autuado anteontem pelo Ipem-SP.

A fraude funcionava assim: dentro da bomba de combustível era colocada uma antena acionada por controle remoto que recebia impulsos para modificar o mostrador. Dessa forma, era possível mudar a informação que o consumidor via. Por exemplo, se ele abastecia 20 litros, como mostrava na bomba, na verdade estava comprando apenas 18 litros.

Outro estabelecimento autuado na quinta-feira, o Auto Posto Gigante, no Jaçanã, na zona norte, tinha um esquema semelhante. Dois fios pretos eram ligados a um dispositivo colocado na bomba.

O sistema era eletrônico, dando uma espécie de “turbinamento” nas informações levadas ao mostrador. Ou seja, as informações dos mostradores das bombas não correspondiam com a realidade do abastecimento.

Na semana passada, o Ipem-SP já havia autuado outros dois postos na capital com fraudes semelhantes, mas mecânicas e não eletrônicas, segundo Antônio Roberto Albernaz, diretor-adjunto de metrologia legal e fiscalização do instituto. São eles: Auto Posto Santana 2001, no bairro de Santana, na zona norte, e Posto da Paz, que fica na zona sul de São Paulo. “Um meio mecânico fazia o combustível circular duas vezes pela bomba, desviando um percentual de combustível”, disse Albernaz.

Assim, a informação levada ao mostrador indicava uma quantidade falsa de combustível. Uma das mangueiras do Auto Posto Santana 2001 entregava menos 160 ml de gasolina, quando era abastecido 20 litros. Já a outra fornecia menos 300 ml, ambos no exame de vazão mínima que foi realizado pelo Ipem-SP.

As maiores fraudes foram nas bombas de álcool: um bico chegou a fornecer menos 960 ml no abastecimento de 20 litros. As 12 bombas do posto foram apreendidas.

Com a autuação, os postos devem se explicar. Eles podem pagar multa de até R$ 50 mil, dobrando na reincidência.

O Sincopreto (sindicato dos postos de combustíveis) se manifestou a favor do Ipem em todos os casos. O presidente da entidade, José Alberto Gouveia disse que não aprova práticas. “Tem de continuar autuando. Não é porque é filiado que é honesto.”

Resposta

O Agora tentou ligar para os quatro postos, das 16 às 19h30, mas ninguém atendeu para comentar a fiscalização do Ipem-SP. (Juliana Colombo)