Festa e presente para a Sé nos 30 anos do Metrô

Jornal da Tarde - Cidades - Quarta-feira, 15 de setembro de 2004

qua, 15/09/2004 - 10h04 | Do Portal do Governo

Festa e presente para a Sé nos 30 anos do Metrô
A maior estação do sistema ganhou painel eletrônico que vai informar atrasos nos trens, mudança das bilheterias para liberar a vista para a Catedral e piso tátil para cegos

ARYANE CARARO

O Metrô comemorou ontem 30 anos de operação em São Paulo. E quem ganhou o presente foi a Estação Sé e os cerca de 650 mil usuários que passam por lá todos os dias. Agora, um painel eletrônico avisa, antes das catracas, se há atrasos nos trens. Deficientes visuais podem se guiar pelo piso tátil. Quem quiser reclamar pessoalmente o fará na Sé e não mais no Paraíso. E as bilheterias foram mudadas de lugar e não escondem mais o jardim com vista para a Catedral. A nova paisagem só não é mais bonita porque alguns freqüentadores da praça continuam usando as moitas como mictório.

‘O que estraga é o pessoal que fica urinando em cima e deixa um cheiro horroroso. É constrangedor para quem fica aqui embaixo’, reclama a segurança Viviane Cátia da Silva, 32 anos. Em apenas três minutos, dois porcalhões usaram a moita que fica no nível da praça.

O episódio, no entanto, não chegou a ser notado pelas personalidades presentes à festa de aniversário do Metrô. Não houve bolo. Mesmo assim, o público era grande: cerca de 200 pessoas ficaram em volta do palco montado na estação. Nele, foram homenageados os personagens que deram vida ao Metrô, a começar pelo ex-governador Laudo Natel, que inaugurou o sistema em 14 de setembro de 1974. Esta data, não por acaso, é a mesma de seu aniversário (ontem, ele completou 85 anos). ‘A Cidade está asfixiada. E por isso considero duas obras absolutamente necessárias: Rodoanel e metrô. Tenho expectativa de que, com a iniciativa privada, possamos ter 100, 200, 300 km de metrô.’

Para Luiz Carlos David, presidente do Metropolitano, falar em 300 ou 400 km de trilhos até 2010 é uma pretensão grande. ‘Chegaremos a 100 km.’ Mas ressalta que o governo está aplicando 25% do orçamento para investimentos no sistema. ‘Precisamos expandir e, pela primeira vez na história do Metrô, estamos fazendo duas linhas simultaneamente (a Amarela e a Verde).’

Mais otimista, o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, falou num salto de 3,9 milhões de passageiros por dia para 7,2 milhões em 2010. ‘Com as três extensões previstas do Metrô (linhas Verde, Amarela e Lilás), já temos 29 km. Na CPTM, vamos levar trem até Grajaú (8 km) e mais 31 km até Guarulhos. Com isso, fechamos uma malha metroferroviária de 400 km’, explica.

Além de Natel, os homenageados presentes foram Luiz Sérgio Arantes Machado (ex-diretor de Operação do Metrô), Antônio Arnaldo de Queiroz e Silva (ex-diretor de Planejamento), Luiz Marri Amaral (ex-diretor de Obras), os jornalistas José Neumanne Pinto (editorialista do JT) e Lourenço Diaféria. E também os funcionários Antonio Lazarini, primeiro operador de trens; Maria Elisabete de Oliveira, primeira operadora; e Maria Ferreira Lima, a primeira bilheteira. ‘Depois de 30 anos, você tem metrô no sangue. É como casamento antigo: não sei se é amor ou amizade’, descreveu Maria Ferreira.