Festa de 32 evoca orgulho paulista

Jornal da Tarde - Segunda-feira, dia 10 de julho de 2006

seg, 10/07/2006 - 11h35 | Do Portal do Governo

Governador de São Paulo faz alusão à luta contra o crime organizado durante discurso em homenagem aos 74 anos da Revolução Constitucionalista de 1932

JULIANO MACHADO, juliano.machado@grupoestado.com.br

Durante a cerimônia das comemorações dos 74 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, que reuniu, ontem, cerca de 3 mil pessoas, o governador Claudio Lembo (PFL) se referiu ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que vem desafiando o Estado. “Nós, paulistas, vamos sempre nos unir contra o mal e contra a ilegalidade”, afirmou.

O tradicional evento ocorreu em frente ao Obelisco, no Ibirapuera, que oficialmente é o Monumento ao Soldado Constitucionalista, com participação de 1,2 mil policiais militares e 220 oficiais das Forças Armadas, além de 90 veículos – de jipes de uso militar a modelos da época da revolução.

No ano passado, o evento foi marcado por protestos pela mudança do nome do Túnel 9 de Julho para Doutor Daher Elias Cutait. Neste ano, a preocupação foi expressar o orgulho de ser paulista, mesmo com o período turbulento pelo qual passa o Estado por causa da violência do PCC.

Um exemplo de união foi dado por uma família que reuniu quatro gerações no desfile. O ex-combatente de 32 Francisco Manoel de Almeida, de 93 anos, ia à frente, seguido pelo filho Francisco, de 61, a neta Maria Helena, de 36, e o bisneto Nicolas, de 4.

Os três adultos seguravam a antiga bandeira de São Paulo, proibida por Getúlio Vargas durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945). “Apesar disso tudo que está acontecendo em nosso Estado, trouxemos o Nicolas para ele saber desde pequeno o significado dessa comemoração”, afirmou Francisco.

A revolução terminou em 2 de outubro de 1932, com a derrota de São Paulo, que não resistiu às tropas legalistas de Vargas. Dois anos depois, porém, os principais objetivos da revolução foram alcançados: a promulgação de uma nova Constituição e o retorno ao Estado democrático.

Um casal que assistia à cerimônia também estava lá por orgulho, mas a razão era familiar. Luiz Paulo e Eliane Tavares se emocionaram ao ver o filho, Vinício, de 21 anos, carregando uma das urnas com as cinzas de oito ex-soldados constitucionalistas até o mausoléu de 32 – eles se uniram aos restos mortais de outros 743 heróis dos paulistas que já estão na cripta do monumento, junto com os restos de Martins, Miragaia, Drausio e Camargo (o famoso MMDC), heróis de 32. Anualmente, nas comemorações de 9 de julho, as cinzas dos combatentes que morreram em anos anteriores são levadas para o Obelisco.