Valéria Cintra
Ontem, foi assinado um convênio entre a Febem e a FPF (Federação Paulista de Futebol), pelo qual os menores vão jogar durante as preliminares do Campeonato Paulista de Futebol em 2005.
O convênio vai permitir que os menores participantes possam levar algum familiar para acompanhar a partida com ingresso cedido pela FPF. Também será criada uma escola de árbitros voltada aos menores, intitulada ‘Futebol – O Apito da Esperança’.
Para participar, 1.020 adolescentes integrarão as 60 equipes das unidades da instituição em todo Estado que vão disputar a Copa Febem, cuja fase classificatória começa em dezembro e termina em janeiro. Desse total, 16 times, com 272 jovens, se qualificarão e vão disputar as partidas, realizadas nos estádios da Capital e Interior, antecedendo os jogos do Paulistão 2005.
A recuperação da auto-estima dos jovens, a reeducação e a oportunidade de serem aproveitados por grandes times de futebol foram destacados pelo governador. Ele apontou que a questão da ressocialização dos internos não é uma tarefa que compete apenas ao Estado, mas também aos pais e à sociedade.
O presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, afirmou que esta iniciativa ficará registrada na história do Brasil, país do futebol. Destacou a necessidade de várias empresas e entidades ajudarem na ressocialização dos jovens por meio do esporte.
“A Federação não poderia deixar de ajudar neste trabalho que é o caminho para a juventude. O futebol brasileiro é uma vitrine aplaudida pelo mundo. Que vocês possam seguir os passos dos ídolos criados pelo futebol”, disse dirigindo-se aos jovens.
Oriundo de uma família simples, o meio-campista do São Paulo, César Sampaio, apóia o projeto e espera que os adolescentes aproveitem esta oportunidade. “Nasci na região do Jabaquara e convivi com pessoas que optaram pelo caminho errado da vida, e pagaram um alto preço por isto. Esta iniciativa vai ajudar os meninos a conquistarem seu espaço na sociedade e estou disposto a ajudar” .
“Uma outra chance na vida”. É assim que o goleiro do Palmeiras Marcos sintetiza a oportunidade que está sendo oferecida aos menores da Febem. “Muitos deles têm o sonho de se tornar jogador de futebol e precisam aproveitar assim como o garoto que pegou os gols do governador”, disse, referindo-se ao menor V.S, 19 anos, interno da unidade Tatuapé, cujo sonho é jogar num grande time de futebol. “Espero conseguir me classificar para as finais da Copa Febem. Vai ser uma grande emoção jogar nos estádios de São Paulo para milhares de torcedores”.
