Febem é palco de aulas de discotecagem e grafite

Jornal da Tarde - São Paulo - Segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

seg, 20/12/2004 - 8h45 | Do Portal do Governo

Ontem foi o encerramento do projeto de oficinas oferecido pelo Itaú Cultural nos complexos Tatuapé e Raposo Tavares. Os internos assistiram a shows de hip hop e comemoraram a participação nos cursos

CRISTINA RIBEIRO

Além de receber a visita das famílias, 103 internos da Unidade 22 do Complexo Raposo Tavares da Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem), na Zona Oeste da Capital, assistiram aos shows de hip hop das bandas Conexão do Morro, A Máfia e Código Fatal, ontem à tarde, na quadra poliesportiva da unidade. O evento foi o encerramento do projeto de oficinas de discotecagem e grafite realizado pelo Itaú Cultural em parceria com a Febem nos complexos Tatuapé e Raposo Tavares.

“O show foi maravilhoso. Participar das oficinas e aprender o que um DJ faz foi interessante. Estar aqui preso e ter a oportunidade de aprender me deixa mais tranqüilo”, disse o interno W.D., de 17 anos. Já o interno L.F., de 16 anos, participou das oficinas de grafite. “Aprendi a desenhar e agora não quero parar. O show foi muito animado e transformou o domingo em um dia muito especial para mim.”

Com olhos atentos, o interno A.G.O.S., de 17 anos, adorou o show. “Quando eu pagar pelo que fiz e sair daqui poderei ser um DJ. As oficinas mostraram que ser um DJ não é tão fácil assim, mas posso trabalhar como um.”

Um dos integrantes do Código Fatal, o BA, disse que é uma honra para o grupo tocar para os internos da Febem. “Trazer alegria e fazer com que eles se sintam em liberdade podendo assistir a um show é gratificante. É trocar a tensão do local por uma atmosfera mais leve que a música proporciona.”

Para ele, a reação dos internos da Febem ao show é a mesma do público em geral. “Eles falam o que a galera lá de fora diz: ‘Toca aquela música lá. Canta aquela’. É uma energia bem legal.”

A gerente de artes cênicas do Itaú Cultural, Sonia Sobral, disse que a proposta das oficinas promovidas pela instituição em parceria com a Febem é fazer com que a inclusão social dos jovens comece antes mesmo que eles saiam da Fundação. As oficinas foram realizadas durante o mês de novembro em 12 das 17 unidades da Febem.