A Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp) quer incentivar empresas santistas a desenvolver projetos de pesquisas científicas e tecnológicas. Com um orçamento anual de R$ 500 milhões, a Fapesp conta, atualmente, com um número reduzido de projetos locais.
‘A participação de Santos é ínfima’, confirmou o diretor científico da Fapesp, José Fernando Perez, que proferiu ontem palestra na Associação Comercial de Santos (ACS). O evento fez parte das comemorações do primeiro ano de aniversário da Incubadora de Empresas de Santos.
Perez aproveitou a visita para divulgar o Programa de Inovação de Pequenas Empresas (Pipe), uma linha de financiamento a pesquisas com a oferta de recursos de até R$ 75 mil para cada empresa, na primeira fase. Em uma outra etapa, o valor pode chegar a R$ 300 mil.
No Estado, cerca de 300 pequenas empresas estão sendo atendidas pelo programa. Em Santos, o financiamento poderá beneficiar os empresários assessorados pela Incubadora. A iniciativa tem o apoio das universidades e dos centros universitários da região, que já são parceiros do projeto juntamente com a ACS, o Clube de Diretores Lojistas (CDL), o Sebrae e a Ciesp.
‘Inovação tecnológica requer competência, e Santos tem um grande potencial que ainda não foi explorado’, disse Perez. ‘O que está faltando é uma cultura de valorização do conhecimento científico. Esse processo é muito lento’.
Para o diretor da Fapesp, o ensino superior privado, que hoje privilegia a graduação, exercerá papel importante na fomentação de projetos. A meta é incentivar trabalhos científicos além dos limites do campus. ‘Queremos colocar o pesquisador dentro das empresas, com a oferta de bolsas’.
O Brasil é responsável por 1,4% da produção mundial de pesquisas. O percentual é considerado ‘excelente’ pelo diretor da Fapesp. ‘Há 15 anos, nossa participação era de 0,4%’, justificou. ‘A inovação tecnológica nas empresas é que não está crescendo’.
Primeiros projetos
Comemorando a presença do representante da Fapesp em Santos, o coordenador executivo da Incubadora de Empresas de Santos, Santiago Corballo, revelou que uma empresa incubada, a Camelback, já está inscrita no Pipe. O projeto envolve a criação de uma máquina de vulcanização de pneus em série.
Até o final do próximo mês, será a vez da Infotech. A empresa busca recursos da Fapesp para o projeto de medição de desempenho de nadadores de alta performance. Para 2004, mais duas empresas incubadas podem ser incluídas no programa de financiamento.
‘Estamos provocando uma situação para a realização da pesquisa tecnológica. O objetivo é gerar patentes e protótipos’, disse Corballo, que pretende promover, na Cidade, novos encontros com agentes de financiamento.
