Falta voluntário para vacina contra a Aids

Diário de S.Paulo - Quinta-feira, 02 de março de 2006

qui, 02/03/2006 - 11h57 | Do Portal do Governo

Luísa Alcade

SÃO PAULO – A Secretaria Estadual da Saúde está com dificuldade para encontrar jovens que queiram participar de um estudo que pesquisa uma vacina preventiva contra a Aids. O voluntário precisa ter de 18 anos a 25 anos, gozar de boa saúde e não estar infectado com o vírus. A participação no estudo não é paga.

Segundo a psicóloga Gabriela Calazans, responsável pela Educação Comunitária da Unidade de Pesquisa de Vacinas Anti-HIV do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, não há risco de o participante contrair a doença tomando a vacina porque ela não é feita com vírus vivo ou morto.

– O objetivo da pesquisa é testar a segurança da vacina em seres humanos e identificar possíveis efeitos colaterais – explica ela.

O produto já foi testado em animais. Outra finalidade, diz Gabriela, é verificar se a vacina provoca alguma resposta do sistema imunológico contra o HIV. O voluntário será acompanhado por uma equipe durante 13 meses.

O estudo todo tem a duração de aproximadamente dois anos. A Secretaria da Saúde conta com três voluntários que se encaixam no perfil exigido. Ainda faltam 17 pessoas. O prazo que o órgão tem para totalizar os 20 participantes necessários para que o estudo possa ter andamento termina no dia 31 deste mês.

– De dois meses para cá recebemos 328 telefonemas de pessoas que manifestaram interesse em participar, mas apenas três aceitaram assinar o termo de compromisso – diz a psicóloga.

– O restante desistiu, não compareceu ou não passou por avaliações de risco ou deu dados equivocados – afirma ela.

Os voluntários responderão a questionários sobre seu comportamento sexual, realizarão exames clínicos, receberão aconselhamento para redução de risco de aquisição do HIV e colherão sangue. Quando os participantes colherem sangue receberão aconselhamento pré e pós-teste.

O Centro de Referência e Treinamento DST/Aids integra uma rede internacional de pesquisa de vacinas contra a doença, produzidas por laboratórios públicos ou privados. O produtor da vacina que será testada é um laboratório americano. A vacina já foi testada nos Estados Unidos em 60 americanos voluntários.

Se aprovado, para que possa ser colocado no mercado, o produto ainda passará por mais duas fases de testes. Antes de ser aplicado em seres humanos, a vacina foi testada em coelhos sem causar efeitos colaterais graves. Não é a primeira vez que uma vacina contra a Aids é pesquisada no Brasil.

Os interessados em participar do estudo devem entrar em contato com o CRT/Aids, na Rua Santa Cruz, 71, Vila Mariana, ou pelo telefone (11) 5082-3954. Ou enviar um e-mail para hvtuvilamariana@crt.saude.sp.gov.br