Expresso para o ABCD

Jornal da Tarde - Segunda-feira, dia 3 de julho de 2006

seg, 03/07/2006 - 11h57 | Do Portal do Governo

DANIEL GONZALES, daniel.gonzales@grupoestado.com.br

Vir do ABCD à Capital ou fazer o trajeto inverso em apenas 15 minutos parece um sonho para quem circula pela Linha D (Luz – Rio Grande da Serra) da CPTM todos os dias. O projeto para tornar isso possível, no entanto, já existe. A previsão é que as obras comecem no próximo ano e que o novo sistema esteja em funcionamento em 2010. Assim como nos moldes do Expresso Leste, que parte da Estação da Luz e chega a Guaianazes em 20 minutos, a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos vai lançar o trem Expresso Sudeste. O intervalo médio, nos horários de pico, deve ser de seis minutos.

Ele funcionará ao lado da atual Linha D, mas buscará atender, principalmente, os 75% dos 290 mil passageiros diários que usam a extensão só para ir e voltar do ABCD, principalmente Santo André. Para estes usuários, não “interessa” o pinga-pinga dos trens em estações como Ipiranga, Mooca, Prefeito Saladino, Utinga ou Capuava, entre outras.

O novo trem expresso vai partir da região da chamada Integração Centro – Estações Barra Funda, Luz e Brás – e depois fazer apenas quatro paradas: Estações Tamanduateí (que será, pelo plano de expansão do transporte metropolitano, integrada à Linha 2 – Verde do Metrô no ano que vem), São Caetano, Santo André e Mauá.

Segundo o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, as quatro estações passarão por profundas reformas e em nada lembrarão as atuais, modernizadas pela última vez na década de 70. “Serão estações modernas, com mezaninos para a transferência entre linhas, escadas rolantes, elevadores, bilheterias blindadas”, afirma.

Estações serão deslocadas

O projeto vai exigir ajustes nos locais atuais das estações e pelo menos duas delas, as de Santo André e Mauá, serão deslocadas em relação às paradas atuais em distâncias que variam de 100 metros a 160 metros (leia ao lado).

Assim como atualmente ocorre na Linha F da CPTM, que vem passando por um processo de construção de novas estações e modernização de outras, o tráfego normal de trens não será interrompido na Linha D quando o Expresso Sudeste começar a ser implementado, segundo o secretário. “Isso é um desafio mas estamos conseguindo conciliar a operação”.

É justamente essa obra, ao lado da conclusão da primeira fase das obras da Linha 2 – Amarela (Luz – Vila Sônia) do Metrô, prevista para terminar em 2008, a prioridade da secretaria nesse momento. Mas, como para elas já há recursos, não será difícil para o próximo governador de São Paulo, segundo Fernandes, arrumar dinheiro para o Expresso Sudeste sair do papel.

“Como se trata de uma obra relativamente barata, a um custo de R$ 9 milhões por quilômetro, já que não serão necessárias desapropriações e boa parte da infra-estrutura já existe, a execução será tranqüila”. Uma linha de Metrô tem custo médio de R$ 110 milhões por quilômetro.

Toda a implementação do Expresso Sudeste – construção de trilhos, compra de trens e reforma de estações – está orçada em R$ 617,9 milhões.