Exposição comemora os 125 anos dos bombeiros

Jornal da Tarde - São Paulo - Quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

qui, 17/02/2005 - 9h04 | Do Portal do Governo

Veículos antigos, equipamentos e fotos das principais ocorrências foram expostos ontem no Largo São Francisco, local de um grande incêndio em 1880, ano em que a corporação foi fundada na Capital

GILBERTO AMENDOLA

‘Ontem, às três horas da madrugada, os sinos das igrejas tocaram a rebate, e a população acordou sobressaltada pela notícia de um dos mais pavorosos incêndios de que há memória nesta Capital. Altas labaredas e nuvens de fumaça acusavam o local do sinistro, que era no edifício da Faculdade de Direito e na Capela-Mor da Igreja do convento de São Francisco….’

Nada de pânico. Felizmente, a tragédia narrada acima aconteceu no distante 16 de fevereiro de 1880 – e a notícia foi originalmente publicada no jornal A Província de S. Paulo (atual O Estado de S. Paulo). Na época, a conseqüência mais importante desse acontecimento foi a percepção de que a Cidade precisava se organizar para combater incêndios de grande porte. O Corpo de Bombeiros seria fundado em 10 de março daquele mesmo ano.

Para marcar o início das comemorações dos 125 anos da instituição, os bombeiros resolveram voltar ao local do ‘sinistro’. Na manhã de ontem, veículos antigos, equipamentos de ação e fotos das principais ocorrências ficaram expostos no Largo São Francisco, na região central.

Sorte das crianças. Os alunos do Externato São Francisco puderam experimentar a sensação de subir em um carro de bombeiro de 1911. ‘É muito legal. Nunca pensei que isso aconteceria comigo’, comemorou Tadeu Menezes, 12 anos. Ele adorou ‘acionar’ o sino de bronze do veículo. ‘Essa era a sirene daquele tempo, né?’, perguntou. ‘Quero ser bombeiro quando crescer. Quero salvar vidas’, completou o pequeno Rodrigo César Menezes da Silva, 6 anos.

César Ricardo Gimenez, 12 anos, foi mais longe. O menino vestiu um uniforme de bombeiro. ‘Nossa, é muito quente aqui! Mas estou me sentindo um verdadeiro super-herói’, afirmou. As alunas Juliana, Carolina e Dandara não deram muito crédito para os superpoderes do amigo. As meninas estavam mais interessados nos bombeiros de verdade. ‘São uns gatos!’, disseram em coro.

O tenente Anderson Lima de Oliveira comemorou o interesse das crianças. ‘Essa é a forma de nos aproximarmos da comunidade. É uma coisa bonita de se ver’, comentou. O tenente aproveitou o público infantil para explicar os transtornos causados pelos trotes. Estatísticas oficiais afirmam que só no ano passado houve mais de 1.200 ligações desse tipo. ‘Muitas delas são dadas por crianças.’

Beatriz Bottcher, 13 anos, foi convidada a simular uma ligação de emergência para o 193 dos bombeiros. ‘Alô, socorro, socorro! Pelo amor de Deus! Minha mãe está desmaiada aqui! ‘ Depois da gritaria, Bia aprendeu como se deve agir em uma situação como essa. ‘Tem de falar o nome, a idade, dar o endereço e manter a calma.’