Exame neonatal leva à cura em 80% dos portadores de Displasia de Quadril

Diário de Rio Claro

seg, 13/07/2009 - 8h57 | Do Portal do Governo

Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas FMUSP atende casos graves, que não receberam cuidados na fase inicial da vida

Um simples diagnóstico, realizado na maternidade, pode mudar completamente a vida de uma pessoa. Médicos do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas / FMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, atendem mensalmente cerca de 20 casos graves de displasia congênita de quadril – doença que pode deixar a pessoa manca ou dependente de prótese por toda a vida – e asseguram: problemas graves podem ser evitados com simplicidade, quando tratados nos primeiros dias de vida. De acordo com Roberto Guarniero, chefe da disciplina de Ortopedia Pediátrica do HC, é fundamental o diagnóstico precoce feito pelo pediatra no berçário, por meio da Manobra de Ortolani, que consiste em uma simples sensação tátil. “O examinador preparado, percebe um ‘click’ ao movimentar as pernas do bebê. Se isso é feito e tratado dos zero aos seis meses de vida, as chances de cura chegam a 80%”, destaca, lembrando que a doença atinge cerca de 1% dos recém nascidos no Brasil. A Luxação ou Displasia Congênita de Quadril é um defeito anatômico, que impede o encaixe adequado do fêmur na bacia, causando o deslocamento do osso da coxa. Ligado a problemas hereditários ou mecânicos (posicionamento intra-uterino) é mais comum em crianças do sexo feminino. “A cada sete meninas, apenas um menino tem a doença”, explica Guarniero. Segundo ele, porém, quando ocorre nos homens, o problema normalmente se manifesta de maneira mais intensa. Apesar de ser um problema ortopédico infantil conhecido, muitos são os casos de diagnóstico tardio, que tem como conseqüência um tratamento mais complicado (gessos, cirurgias etc) e oneroso. “É preciso enfatizar o tratamento precoce, evitando assim problemas futuros”, diz Guarniero.