Estudo comprova que qualidade do ar da balada melhorou após lei antifumo

Diário de Marília

ter, 25/08/2009 - 9h13 | Do Portal do Governo

Resultados foram de índices baixos de monóxido de carbono no pulmão dos não-fumantes do início ao fim da noite

Poucas semanas antes de a lei antifumo entrar em vigor, uma pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde com 50 garçons e clientes em casas noturnas de São Paulo revelou que bastava uma noite em um ambiente fechado para que um não-fumante atingisse níveis de monóxido de carbono no pulmão equivalentes aos de fumantes; por vezes, o índice chegava a atingir níveis de fumantes pesados. Uma semana depois da chegada da lei, os pesquisadores voltaram aos locais, testaram 30 não-fumantes, e constataram uma mudança radical. Para melhor.

Desta vez, os resultados foram de índices baixos de monóxido de carbono no pulmão dos não-fumantes do início ao fim da noite. Em alguns casos, os níveis chegaram inclusive a baixar. Foi o caso de um garçom que mora com três fumantes. Chegou ao trabalho, uma casa noturna, com 10 ppm na monoxímetria. Passadas duas horas, seu índice havia baixado para 4 ppm. 

A comparação mostra um enorme ganho para a saúde pública. Na primeira pesquisa, os resultados revelaram que em todos os casos houve aumento na medição de monóxido de carbono. Em 65% dos casos, após algumas horas de exposição à fumaça do cigarro, os não-fumantes já tinham níveis similares ao de fumantes. 

No levantamento mais recente, dos 30 testes realizados, 23 mostraram oscilação mínima na monoxímetria, entre 2 dois pontos para mais ou para menos. Quatro casos tiveram uma oscilação superior a 3 ppm para cima _o que pode ser explicado pelo entra-e-sai dos garçons na cozinha. E outros três casos mostraram queda superior a 5 ppm. 

A exposição eventual, mas aguda, à poluição tabagística ambiental (PTA), como ocorria no caso dos clientes antes da lei, ocasiona danos ao organismo tais como irritação nasal, ocular, dores de cabeça e secura na garganta. Já a exposição crônica à fumaça do cigarro, como ocorria no caso dos garçons, pode levar a danos como sinusite, otite e aumenta as chances de eventos como infarto, derrame, enfisema e câncer. 

“Nossa pesquisa começa a comprovar na prática os resultados que esperávamos na teoria. O fumo passivo deixou de ser uma realidade nas casas noturnas e bares de São Paulo. As vantagens para a saúde são imediatas. O desconforto com irritações nasais e dores de cabeça, por exemplo, já ficou para trás. E agora começam a cair também as chances de eventos mais graves, como infartos e câncer”, afirma a dra. Luizemir Lago, diretora do Cratod (Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas).