Folha de S.Paulo
A partir do ano que vem, os alunos do segundo ano do ensino fundamental da rede estadual paulista irão passar por exame específico em agosto, e quem ainda não souber ler nem escrever ficará de recuperação durante o segundo semestre.
Só serão reprovados os estudantes que, mesmo com esse reforço, não tiverem sido totalmente alfabetizados. A medida foi anunciada ontem pela secretária da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.
“Estamos planejando uma avaliação unificada feita por algum órgão externo e aplicada para todos os estudantes do segundo ano”, disse. “A partir do desempenho de cada aluno, identificaremos as dificuldades e, quem precisar, começará a recuperação imediatamente. Assim, no fim do ano, pouquíssimos ficarão retidos.”
A rede estadual, que antes se dividia em dois ciclos (de primeira a quarta e de quinta a oitava séries), terá três a partir de 2008: um que engloba a primeira e segunda séries, outro de terceira e quarta e o último de quinta a oitava. Ao fim de cada um deles, quem não alcançar média cinco em todas as disciplinas repetirá de ano.
A secretaria ainda estuda de que forma será essa recuperação. “O ideal seria que ocorresse fora do horário de aula, mas temos de pensar no planejamento, que envolve da merenda até o horário em que os pais podem buscar as crianças”, disse a secretária.
A nova recuperação e a divisão do ensino fundamental em mais um ciclo fazem parte de uma série de novidades. Ontem, o governador José Serra (PSDB) participou de um evento com a secretária para oficializar a volta do boletim, que será impresso e entregue pelos alunos para os responsáveis assinarem (leia ao lado).
Há mais de 20 anos a obrigatoriedade do boletim havia sido extinta. A partir de outubro, os pais receberão as notas bimestrais, que foram unificadas: serão de zero a dez, sem casas decimais. Os conceitos de A até E, adotados por algumas escolas, não existirão mais.
A secretária também afirmou que, a partir de 2008, alunos do ensino médio poderão optar por cursos profissionalizantes, como gestão de microempresas e comércio e turismo, ministrados com a Fundação Paula Souza.
“Teremos condições de oferecer, para 20% dos estudantes, os cursos profissionalizantes. Quem estiver interessado terá mais duas horas de aulas diárias no terceiro ano e, ao fim do programa, receberá o certificado”, afirmou a secretária. Os cursos serão optativos.
