Do Estadao.com
Em sua primeira entrevista depois de ser oficialmente nomeado pelo papa Bento XVI arcebispo de São Paulo, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Odilo Scherer afirmou que Igreja não pode ser conhecida como a instituição que diz o que pode ou que não pode ser feito.
“Queremos muito mais do que isso. A Igreja tem uma proposta de vida. Queremos mostrar que Deus ama o ser humano e isso é o mais importante”, completou. As normas de conduta, afirmou, são conseqüência, não o objetivo maior da Igreja. Scherer negou que a Igreja esteja sofrendo de um eventual anacronismo.
“Ela não está ficando para trás. Compreendo que existam pensamentos diversos, interpretações diversas sobre comportamentos. Mas a Igreja tem de ser coerente com o Evangelho”, completou.
Uma das grandes preocupações de d. Odilo será aumentar a presença da Igreja em São Paulo. Ele avalia que, em razão das características de grande metrópole, nem sempre a Igreja consegue estar presente, colocar-se de forma adequada.
“Esta será nossa preocupação desde logo. Claro que os desafios sociais estão sempre estarão na ordem do dia. A pobreza, a miséria, o povo da rua, as situações de sofrimento, as questões da violência.”, afirmou.
Para ampliar a participação da Igreja, ele espera aumentar o número de paróquias e se valer da maior participação de leigos. Logo depois de assumir o cargo, dia 29 de abril, ele deverá iniciar um trabalho para mobilizar e aumentar a participação da comunidade, em várias áreas da Igreja.
Antes disso, porém, d. Scherer vai dedicar sua atenção para a visita do papa Bento XVI ao País, entre os dias 9 e 13 de maio. Até maio, d. Scherer vai acumular as funções de secretário-geral e arcebispo de São Paulo.
No encontro da CNBB, será realizada eleição para composição da nova diretoria da conferência. Scherer em tese poderá concorrer à reeleição. Mas ele acha remota tal possibilidade, pois considera que o cargo de arcebispo exigirá sua presença constante em São Paulo.