Estado vai comprar remédio contra gripe

Jornal da Tarde - Sexta-feira, 21 de outubro de 2005

sex, 21/10/2005 - 12h49 | Do Portal do Governo

Estado negociano com a Roche a compra do antiviral Tamiflu. Em Bangcoc, a gripe aviária causou mais uma morte

O Estado de São Paulo está negociando com a empresa suíça Roche a compra do antiviral Tamiflu. Mesmo com a aquisição em nível nacional, suficiente para 9 milhões de tratamentos, o Estado não descartou a formação de um estoque próprio do remédio, que seria usado numa eventual pandemia provocada por um supervírus de gripe.

Ontem, em Bangcoc, foi anunciada a morte de um granjeiro tailandês em conseqüência da doença. Seria a 13ª vítima fatal da gripe aviária no país – todas em razão de contato direto com aves infectadas.

Em São Paulo, além da compra do remédio, está sendo avaliada a compra de kits de diagnóstico para identificar uma infecção pelo vírus H5N1. Hoje, poucos são os centros capazes de fazer tais testes. A idéia é ampliar a rede, contando principalmente com laboratórios do Instituto Adolfo Lutz espalhados pelo Estado.

As diretrizes constam de um Plano de Contingência de São Paulo, que deverá ser lançado nos próximos dias. A estratégia paulista para combater a possível pandemia vem sendo estudada há alguns meses por um grupo de especialistas. Entre eles, está a virologista Nancy Bellei. ‘Temos de prever o maior número possível de situações. Mas, mesmo assim, sabemos que, se a epidemia for de grande monta, num momento ela sairá do controle. Vamos apenas reduzir os estragos’, admitiu.

O professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Celso Granato observa que as gripes – mesmo as provocadas por vírus conhecidos – representam um grande desafio. Ele lembra que a Unifesp treinou médicos para fazer tratamento e diagnóstico da doença nos funcionários da instituição, mas muitas vezes houve erros. Quando – e se – um supervírus chegar, as dificuldades vão continuar existindo. ‘Daí a necessidade de haver uma boa rede de laboratórios. Isso orienta profissionais e evita pânico na população.’