Estado vai bancar faculdade particular para 25 mil

Correio Popular - Campinas - 13/3/2003

qui, 13/03/2003 - 11h25 | Do Portal do Governo

Nice Bulhões, da Agência Anhangüera


Projeto Bolsa-Universidade terá investimento de R$ 40 milhões neste ano

A Secretaria Estadual de Educação lança em maio o Bolsa-Universidade, um programa inédito de financiamento de bolsas de estudo em faculdades e universidades particulares para cerca de 25 mil estudantes carentes formados em escolas estaduais. O secretário Gabriel Chalita, informou ontem, durante a abertura da 11ª edição do Correio Escola, que os alunos que fizerem vestibular no meio deste ano já serão beneficiados. Em contrapartida, os alunos prestarão serviço voluntário nas escolas da rede pública que mantêm atividades para a comunidade nos fins de semana, preferencialmente na escola em que se formou.

O Estado irá investir R$ 40 milhões no programa este ano, segundo Chalita. O recurso será usado para pagar metade do valor da mensalidade. Os outros 50% da bolsa serão bancados pelas próprias instituições de ensino superior do Estado. A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação informou que as negociações estão sendo feitas com o Sindicato Estadual dos Mantenedores do Ensino Superior (Semesp). “A faculdade dá um desconto de 50% e o Estado paga a outra metade. Com isso, o aluno não paga nada. A contrapartida dele é trabalhar numa escola do Estado”, explicou Chalita.

Segundo o secretário, o critério de escolha dos bolsistas se fundamentará no conceito social: a carência. “A gente não estabeleceu ainda quanto deverá ser a renda média da família do beneficiado, mas projetamos que seja em torno de mil (reais)”, disse Chalita. Ele acrescentou que a meta é aumentar o número de bolsistas em 2004. “A demanda é maior do que isto (25 mil bolsas)”, reconheceu. Mas, segundo ele, o Estado vem buscando formas de ajudar os alunos carentes, como a ampliação de vagas nas três universidades estaduais (USP, Unicamp e Unesp).

Trabalho comunitário

Os estudantes beneficiados atuarão nas escolas conforme o curso que cursará na universidade particular. Com isso, as escolas poderão oferecer cursos de mecânica, por exemplo, para pais de alunos. “Queremos investir muito nesta melhoria da escola pública neste conceito do aluno estar fazendo faculdade e poder ajudar os que estão no Ensino Médio e Fundamental”.

Para o secretário, o essencial é que haverá em todas as escolas a parte esportiva, cultural e a de formação de pais. “A gente quer trazer pai e mãe para a escola para a discussão de temas do cotidiano, como drogas, violência, sexualidade e afeto, até questões bem focadas, por exemplo a realização de cursos de padaria para as mães, e de mecânica para os pais”, explicou.

Chalita aposta no Bolsa-Universidade para garantir a abertura das 6,1 mil escolas estaduais durante os finais de semana. Hoje, há mil unidades desenvolvendo voluntariamente algum tipo de ação nos finais de semana. A abertura aconteceu a partir do programa Parceiros do Futuro.