O governo de São Paulo suspeita que a quadrilha presa ontem tenha usado produtos contrabandeados da China para abastecer os hospitais lesados.
Um dos locais foi o Hospital das Clínicas, segundo interceptação telefônica feita pela polícia com autorização da Justiça. Numa das conversas, o suposto “operador” Carlos Alberto do Amaral diz que por um ano foi entregue material “chinês vagabundo” no HC. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, os produtos fornecidos pelas empresas com suspeita de má qualidade serão recolhidos “imediatamente”.
Ainda segundo a pasta, os municípios que também podem ter sido vítimas da suposta quadrilha serão avisados.
A Secretaria de Estado da Saúde do Rio informou que só uma das empresas acusadas de fraude, a Embramed, participou de licitações da pasta. Ela venceu três pregões, em maio, setembro e outubro. Os produtos entregues seguiam os critérios do pregão e por isso não serão recolhidos, diz a secretaria. A pasta ressaltou que a empresa teve mais de dez concorrentes e propôs preços de mercado. Os valores dos contratos foram considerados baixos -R$ 71,76 mil por 138 mil peças de ataduras, por exemplo.
A Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), que gere e faz licitações para 20 hospitais públicos em Minas, disse desconhecer a apuração sobre a quadrilha e que não faz pregões eletrônicos de material médico-hospitalar.
Sobre a qualidade dos produtos comprados, o órgão disse ter técnicos que avaliam as amostras e atestam a qualidade.
A Secretaria da Saúde de Goiás diz desconhecer a denúncia de irregularidades em licitações em órgãos do Estado.