Governo acelera transferência do controle da Faenquil para a Universidade de São Paulo; projeto está na Assembléia
Marcelo Claret, de Lorena
O governo do Estado encaminhou à Assembléia Legislativa o projeto de lei que prevê a extinção da Faenquil (Faculdade de Engenharia Química de Lorena) no processo de transformação da instituição em uma unidade da USP (Universidade de São Paulo).
A proposta, feita pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi lida ontem em plenário e será colocada na pauta das próximas cinco sessões para receber eventuais emendas dos parlamentares. Após esse período, o texto será enviado para apreciação das comissões.
Caso o projeto seja aprovado este ano, o Vale do Paraíba passará a abrigar a partir de janeiro de 2005 sua primeira unidade da USP.
Pelos trâmites normais, o projeto deve ser votado no final do próximo mês, já que a proposta não foi protocolada com pedido de urgência.
As negociações sobre a incorporação da Faenquil à USP tiveram início há três anos. Em maio de 2003, governo estadual criou um grupo de trabalho formado por membros da faculdade, da USP e da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, que definiu os critérios da transição.
Hoje, a faculdade tem 1.200 alunos matriculados nos quatro cursos de graduação em engenharia –química, industrial química, de Materiais e Bioquímica– com um total de 240 vagas e 233 estudantes matriculados em cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado.
A Faenquil ainda mantém o Colégio Técnico em Química Professor Nelson Pesciotta, que atende 253 alunos.
Na prática, após a transição, a instituição será beneficiada com toda a estrutura oferecida pela USP, que inclui maior possibilidade de obter recursos orçamentários para pesquisas, além da perspectiva de ampliar a oferta de vagas e cursos.
VAGAS – O diretor-geral da Faenquil, Felipe Rinaldo Queiroz de Aquino, disse que a expectativa é que, após a incorporação dos cursos à USP, os números de vagas e de cursos oferecidos pela instituição seja ampliado.
Segundo ele, o orçamento da faculdade, estimado em R$ 16 milhões anuais, também pode ser ampliado por meio de convênios com agências de fomento voltadas à pesquisas internacionais e nacionais.
‘Já estávamos esperando essa iniciativa do governo do Estado para este ano, já que as negociações sobre a incorporação começaram há três anos. Nossas expectativas são boas’, disse Aquino.
EXCELÊNCIA – O secretário-adjunto da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, Fernando Dias Menezes, disse que, após extinta, o governador publicará um decreto transformando a Faenquil em uma unidade da USP.
Segundo ele, a Faenquil será a primeira das três ‘faculdades isoladas’ mantidas pelo Estado a passar pelo processo de incorporação às universidades estaduais, que inclui outros dois cursos de medicina de Marília e Rio Preto.
‘São faculdades de excelentes nível, mas que sozinhas não têm muita autonomia para prosperar. Quando passarem a ser parte de uma universidade, além de facilitar a administração, serão mais ricas academicamente’, disse o secretário-adjunto.
Menezes afirmou que no primeiro ano de gestão da faculdade pela USP não estão previstos investimentos. ‘Em princípio, será mantido o atual sistema, sem a incorporação de novos cursos ou de ampliação da oferta de vagas’, disse.
