Estado tem 350 escolas públicas consideradas ‘ilhas de excelência’

Diário de S. Paulo - 16/6/2003

seg, 16/06/2003 - 10h40 | Do Portal do Governo

Viviana Raymundi


Diário de S. Paulo – 16 de junho de 2003

Colégios se destacam pela segurança e qualidade de ensino. Número é de entidade de educadores. Para o estado, só na Capital são 420 escolas-modelo

Matricular um filho em uma escola pública estadual, rede que atende a maioria dos adolescentes da cidade de São Paulo e 6 milhões de alunos em todo o estado, pode provocar preocupação em muitos pais. Afinal, dados de pesquisas sobre a crescente violência dentro e no entorno das escolas não faltam. E nem notícias de crimes nas suas proximidades.

Mas, enquanto a insegurança apavora pais e até afasta alunos, há na rede estadual unidades que são consideradas “ilhas de excelência”. Algumas são verdadeiros oásis no meio de regiões pobres. São escolas estaduais que recebem o mesmo dinheiro das outras, mas por conta de uma união de fatores acabam por oferecer qualidade de ensino e infra-estrutura de causar inveja a qualquer instituição particular.

O diretor do Sindicato dos Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado (Udemo), Volmer Áureo Pianca, disse que as “ilhas de excelência” representam 5% das unidades, tanto na Capital quanto no Interior. “No estado são umas 350 unidades”, afirmou. “A Udemo não está visitando as escolas”, retrucou o secretário estadual de Educação, Gabriel Chalita. Segundo ele, as “ilhas de excelência” representam 40% das 1.054 escolas da Capital. “Em todo estado, elas são 50%”, afirmou.

Independente de quantas são, o fato é que as “escolas oásis” são diferentes. A primeira característica é a proximidade do diretor com a escola e seus alunos. “A liderança do diretor é fundamental”, disse Chalita. Outra característica comum é o envolvimento dos professores com o projeto pedagógico. O terceiro fator é a abertura para a comunidade. “Nessas escolas há o funcionamento adequado do Conselho de Escola e da Associação de Pais e Mestres, que são realmente comprometidos com o trabalho”, disse Pianca.

É o que acontece na Escola Estadual (EE) Professor Luiz Gonzaga Pinto e Silva, no Jardim São Luís, Zona Sul. Lá, os pais são chamados para diversas atividades. Há um grupo de mães que aprendeu a dançar com os filhos e faz apresentações públicas. Alguns pais orientam atividades esportivas nos fins de semana, quando a escola fica aberta. Uma mãe ajuda na oficina de bordados.

“Filhos costumam achar que mãe é só tanque, cozinha e reunião. Aqui, percebem um outro lado nosso, que nos une pela alegria e lhes dá orgulho”, disse a dona-de-casa Solange Cristina da Silva, vice-presidente da APM. Para ela, “escola com problemas é aquela que não chama a comunidade”.

Em outra “ilha de excelência”, a Escola Professor Andronico de Mello, na Vila Sônia, Zona Oeste, pais dos alunos novos, do 1ª ano do ensino médio, são chamados para conhecer a escola e suas regras um mês antes do início das aulas. “Esse ano, dos 800 novos pais, 760 vieram à reunião. E durante a semana, os que faltaram nos visitaram”, disse a vice-diretora Altéia Turpin.