A Secretaria da Saúde anunciou ontem três medidas para que o hospital retome o atendimento normal junto aos pacientes
A Secretaria de Estado da Saúde anunciou ontem um plano de três medidas com o objetivo de permitir que a Santa Casa de Mogi das Cruzes retome o atendimento normal. Por problemas financeiros, desde a última semana o hospital está internando e submetendo a cirurgias apenas pacientes de casos urgentes, como partos ou atendimentos do pronto-socorro. Com as alterações, a expectativa é que a entidade retorne à normalidade até o fim do mês.
“Desde o início de fevereiro estamos cientes dos problemas na Santa Casa, que mensalmente vinha ultrapassando seu teto financeiro junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) e acumulando déficits. Na reunião com o secretário Luiz Roberto Barradas Barata, chegamos a três ações que serão implementadas o quanto antes”, explicou o coordenador técnico da Direção Regional de Saúde (DIR-3), José Carlos Ramos de Oliveira.
Segundo ele, a primeira proposta é um aumento no teto financeiro do atendimento do SUS no hospital. Este valor, denominado Ficha de Programação Orçamentária (FPO) determina o número de pacientes e até quanto o Ministério da Saúde pode repassar por mês a cada entidade credenciada:
“No caso da Santa Casa, é necessário um acréscimo no valor, pois a demanda é maior que o teto. O problema é que São Paulo também atingiu o limite que o Ministério da Saúde paga para os Estados. A solução será transferir o teto excedente de outras unidades”.
De acordo com o coordenador de Saúde da Grande São Paulo, Márcio Cidades Gomes, a maior parte dos recursos será transferida de um hospital no Interior, que entrará em reformas: “Assim, resolvemos momentaneamente o problema, enquanto a Secretaria negocia o aumento do teto para o Estado. Hoje, a maioria das Santas Casas vive o mesmo problema”.
A segunda medida seria a retirada dos casos urgentes remetidos pelo Plantão Controlador Regional da DIR-3 do teto determinado pela Secretaria: “Para cada atendimento, pagaremos R$ 250 com recursos estaduais. Essa medida não beneficiará apenas a Santa Casa de Mogi, mas também a de Suzano, Santa Isabel e as demais”.
A última ação deve aliviar a demanda por cirurgias eletivas no hospital. Durante os fins de semana, serão promovidos mutirões de cirurgias e atendimentos que também serão remunerados sem interferir no teto: “A Santa Casa poderá realizar cirurgias de hérnia, próstata e varizes com recursos que não vão interferir em seu limite”.
Quanto à suspensão anunciada pelo hospital, Oliveira criticou a inclusão de cirurgias de pacientes com câncer entre as eletivas: “Casos como esses exigem tratamento imediato. Depois se discute quem deve pagar ou não”.
