Estado revela investimentos para 2003

Gazeta Mercantil - 10/2/2003

seg, 10/02/2003 - 10h16 | Do Portal do Governo

Governo estadual pretende investir US$ 240 milhões só em melhoria de estradas

Com a perspectiva de ver o volume de investimentos anunciados do ano de 2002 cair à metade do registrado em 2001, o Estado de São Paulo começa o ano de 2003 com a divulgação de importantes empreendimentos a serem inaugurados ou lançados. Os números da Pesquisa de Investimentos Anunciados da Fundação Seade relativos ao período janeiro-setembro do ano passado revela que o estado recebeu US$ 9,6 bilhões. No ano anterior inteiro o volume foi de US$ 23 bilhões. O governo estadual divulgou na última semana que quer investir a partir deste ano US$ 240 milhões na melhoria de estradas. Metade do dinheiro deverá ser liberada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e será aplicada em 1,3 mil quilômetros de rodovias.

A primeira etapa do projeto já está em andamento. Serão recuperados 703 quilômetros. Na SP-5, entre Ubatuba e Bertioga, a conclusão das obras está prevista para o início do próximo ano. Nessa etapa, os investimentos devem ficar próximos de R$ 350 milhões.

No transporte público, a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos recomeçará as ações para ampliar e reformar as linhas do Metrô e a modernização do sistema da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os contatos com a iniciativa privada, que participará dessas ações, já foram iniciados, mas o grosso dos recursos deverá vir de financiamentos de instituições nacionais e estrangeiras como BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o BID. De acordo com a secretaria, o investimento em três linhas do Metrô ao longo do governo Alckmin poderá ser superior a US$ 3,5 bilhões.

A linha C-Sul da CPTM, que acompanha a marginal do Pinheiros, será a primeira licitada. O projeto estabelece reformas e extensão até um terminal de ônibus na região do Autódromo de Interlagos. A segunda linha faz parte do Expresso Aeroporto, que ligará a Capital ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. Serão 24 quilômetros de linhas ao custo de US$ 300 milhões.

Para o Metrô, a iniciativa mais próxima deverá ser a licitação para a conclusão da linha 5-Lilás, com o acréscimo de 11,5 quilômetros e dez estações ligando o Largo 13 de Maio à Chácara Klabin, próximo à Vila Mariana, e à avenida Ricardo Jafet. A estimativa total dos custos da obra é de US$ 1,28 bilhão.

O poder público também está atuando em Paulínia, na região de Campinas. Com dinheiro público e privado, a construção do Paulínia Rodoviária Shopping deverá custar cerca de R$ 45 milhões. O término da obra está previsto para o final de 2004. O terreno comprado para a construção da obra tem 100 mil metros quadrados, no bairro Santa Terezinha, e terá espaço para lojas comerciais, áreas de eventos, supermercado, varejão, restaurantes, café-bar, centro automotivo, área ambulatorial, guaritas e estacionamentos.

Investimentos de US$ 700 mi

A abertura da licitação foi publicada no Diário Oficial do Estado e as empresas que quiserem se inscrever na concorrência devem buscar informações no setor de licitações. O prazo para a retirada do edital vence no dia 25 de fevereiro. Ocupando a quarta posição no ranking de arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), Paulínia vive um bom momento. Até 2011, a Replan (Refinaria de Paulínia, da Petrobras) receberá investimentos de US$ 700 milhões. A maior parte dos recursos, porém, chega rapidamente – será aplicada até 2005.

O montante geral será dividido em três área distintas. A primeira fatia, de cerca de US$ 30 milhões, será destinada a melhorar a produção da própria refinaria, com a construção de novas unidades. Mais US$ 400 milhões serão investidos na redução de produtos pesados, como o óleo combustível, e na ampliação da produçaõ de outros mais nobres, como a gasolina. Os últimos US$ 270 milhões serão destinados a melhorar a qualidade dos produtos e atender às exigências da legislação ambiental.

Outro investimento de porte em Paulínia são os US$ 200 milhões que a DuPont pretende investir numa segunda fábrica da Lycra. Num futuro próximo, a multinacional norte-americana estuda a construção de uma terceira fábrica na cidade, segundo informações da secretaria municipal de Recursos.

Na área do turismo, uma das principais inversões realizadas no estado nos últimos anos se materializa em abril próximo. A rede Bourbon, comemorando o 40º aniversário de sua chegada ao País, inaugura o Bourbon Atibaia Resort & Convention Center, em Atibaia, seu primeiro empreendimento no interior paulista. O hotel, que recebeu investimentos de R$ 160 milhões, já vem funcionando parcialmente desde o mês passado. A unidade fica em um terreno de 400 mil metros quadrados e tem 60 mil metros quadrados de área construída. O hotel terá 570 apartamentos.

A grande aposta da rede é o turista de negócios e para atraí-lo foi montado no resort um dos maiores centros de convenções em hotéis do Brasil. São 10 mil metros quadrados, disposto em três andares: um para congressos e festas, outro de feiras e exposições e o estacionamento coberto com 200 vagas. Segundo a rede, Atibaia foi escolhida porque tem uma localização estratégica, entre São Paulo e Campinas e no caminho para Minas Gerais, o que favorece a atração de empresa para a realização de convenções.

Na esteira do anúncio do acordo de cooperação que pode desembocar na fusão com a Varig, a TAM já começa as operações em suas instalações no aeroporto de Jundiaí para manutenção de aviões executivos e táxi aéreo. O complexo, que será administrado por uma das empresas do grupo, A Transportes Aéreos Marília, é o maior e mais moderno do gênero no País e teve um investimento de R$ 15 milhões. Com a saída do aeroporto paulistano de Congonhas e a chegada a Jundiaí, a empresa espera dobrar sua capacidade de manutenção nos próximos dois anos. A transferência atende ao projeto da Infraero de reduzir o número de pousos e decolagens em Congonhas nos horários de pico, além de restringir os vôos executivos e não-regulares.

São José dos Campos

Com o aeroporto jundiaiense ganhando importância, crescem as expectativas de que o mesmo ocorra com o aeroporto de São José dos Campos, que deve retornar ainda neste mês a operação de vôos domésticos, prejudicada com a saída da TAM e da Passaredo no final do ano passado. A companhia aérea Rio Sul também anunciou a sua intenção de deixar o aeroporto no próximo mês.

A Infraero, no entanto, assinou na última quarta-feira um contrato com as empresas aéreas Team e Ocean Air, que pretendem operar, a partir do dia 17, vôos regulares com saídas e escalas em São José dos Campos. A Team fará dois vôos diários de São José para o Rio de Janeiro e dois do Rio para São José dos Campos. A Ocean Air também confirmou operações na cidade, apesar de ainda não ter definido a data de início. Oferecerá três vôos diários para o Rio e utilizará o aeroporto na escala do vôo Congonhas-Ipatinga (MG).

Marcelo Moreira, de São Paulo