Estado retomará flotaçaõ e bombeamento do Pinheiros

O Estado de S.Paulo - Quarta-feira, 19 de outubro de 2005

qua, 19/10/2005 - 11h49 | Do Portal do Governo

Alckmin faz acordo com Petrobrás para bombear as águas para a Represa Billings e alimentar usina

Jander Ramon

O teste da despoluição do Rio Pinheiros pelo processo de flotação deve ser iniciado em breve pelo governo de São Paulo, possibilitando, num projeto piloto, a volta da reversão das águas do rio para a Represa Billings, por meio de bombeamento e, posteriormente, para a geração de energia elétrica na usina de Henry Borden, em Cubatão, na Baixada Santista.

A informação foi dada ontem pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), ao assinar protocolo de intenções com a Petrobrás para estudar, entre outros projetos, a despoluição do rio para ampliar a geração de energia.

‘O investimento está pronto e precisamos, agora, operar o sistema. A Petrobrás fornece o material para a flotação e nós operamos’, informou o governador. ‘A intenção preliminar da companhia, com a assinatura do protocolo de hoje, é de viabilizar a realização dos testes’, reforçou o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli.

O custo total da operação da fase de teste, com duração de seis meses, será de R$ 30 milhões, divididos meio a meio entre o governo estadual e a petrolífera. O bombeamento inicial será de 10 m3/s, garantindo uma potência de 59 megawatts (MW) da Henry Borden. ‘Numa segunda etapa, bombearemos 50 m3/s para gerarmos praticamente 300 MW’, disse Alckmin. A nova energia gerada pela usina será comercializada e o faturamento será repartido entre a Petrobrás e Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. (Emae), proprietária de Henry Borden, na proporção de 60% para a estatal federal e 40% para a estadual.

De acordo com Alckmin, o governo estadual firmou acordo com o Ministério Público do Meio Ambiente para possibilitar a execução dos testes nos próximos dias. Mas segundo o promotor do Meio Ambiente Geraldo Rangel há ainda duas ações que impedem a implantação definitiva do processo no Rio Pinheiros. ‘A flotação é uma maquiagem, ocorre apenas o clareamento da água’, diz Rangel. Ainda de acordo com o promotor, a flotação não resolverá por completo a poluição do Pinheiros e o abastecimento de água para a população estará comprometido, uma vez que a poluição será lançada na represa Billings, que abastece a Grande São Paulo. Com a Constituição paulista de 1989, o bombeamento ficou proibido até que o esgoto fosse tratado.