Estado reforça vacina anti-rotavírus

Diário do Grande ABC - Quinta-feira, dia 20 de julho de 2006

qui, 20/07/2006 - 10h56 | Do Portal do Governo

Paula Nunes

Do Diário do Grande ABC    

A Secretaria estadual de Saúde distribuiu mais de 15 mil doses da vacina contra o rotavírus no Grande ABC. A iniciativa acontece, de acordo com a médica superintendente de imunizações da secretaria Cléia Maria Aranda, porque é mais comum a incidência da doença durante o inverno. “Nas épocas mais frias, as pessoas ficam mais juntas e em locais fechados, o que facilita a disseminação da doença”, explica. As vacinas estarão disponíveis em todos os postos públicos de saúde da região a partir de sexta-feira.

Os sintomas da virose são muito parecidos ao de um resfriado comum, mas logo o vírus ataca as mucosas do intestino causando cólicas, náuseas, vômitos e febre alta, levando à desidratação.

As crianças são mais suscetíveis à doença, pois possuem menos resistência para combater a infecção causada pelo vírus.

Apesar de os adultos também serem infectados, o organismo consegue combater melhor o rotavírus. “A virose acomete mais bebês e crianças de 4 a 5 anos”, diz Cléia Aranda.

Mas a médica acalma mães mais aflitas. “Na maioria dos casos, a doença pode ser tratada em casa. Somente quando a criança não consegue repor os líquidos e precisa de soro é que terá de ir ao hospital”, diz a médica do Estado Cléia Aranda.

A vacina contra o rotavírus é recente e chegou à rede pública no fim do ano passado, quando começou a ser importada. Agora, a vacina fará parte do calendário oficial. A primeira dose da vacina deve ser aplicada em bebês de 2 meses (a idade ideal, explica a médica), até 3 meses e 7 dias. “Os bebês que perderem este prazo não poderão mais ser vacinados”, afirma Cléia Aranda.

Depois desta primeira imunização, a vacina ainda possui outra dose, que deve ser dada em bebês com 5 meses. “Nesta idade, as crianças recebem outras vacinas, como a gotinha da paralisia infantil e a tetravalente que previne a coqueluxe, difteria, tétano e hemófilo, um tipo grave de infecção”, observa a médica.

Em março, abril e maio, mais de 9 mil bebês foram vacinados no Grande ABC. “Estamos fazendo essas chamadas até que as pessoas se familiarizem com a imunização e saibam que devem vacinar seus bebês”, conta a médica. Receberam a segunda dose mais de 50 mil crianças em todo Estado.

Contaminação 

O rotavírus é expelido nas fezes e pode contaminar a água e os alimentos. Por isso, lavar bem as mãos, frutas e verduras continua sendo a melhor maneira de evitar a disseminação da doença.

Cerca de 135 milhões de crianças são infectadas pela virose anualmente em todo o mundo, das quais 600 mil morrem, a maioria em países em desenvolvimento. Um dos motivos desse alto índice de mortandade é a falta de saneamento básico, que colabora para a transmissão do vírus.

O que é Rotavírus

É um vírus em forma de “roda” que causa quadros intensos de diarréia viral e gastroenterite (inflamação simultânea do estômago e dos intestinos)Grupo de Risco

Os bebês e crianças até os 5 anos são os mais suscetíveis a desenvolverem a doença, por possuírem ainda poucos anticorpos e terem o organismo menos resistenteContaminação

O rotavírus é expelido pelas fezes das pessoas contaminadas e pode ser transmitido pela água, principalmente em regiões sem saneamento básico, e pela ingestão de alimentos contaminados. A transmissão pode se dar também pelo ar, mas é menos freqüente e, geralmente, isso acontece no inverno – quando as pessoas ficam mais aglomeradas e em ambientes fechadosSintomas

No início, os sintomas podem ser confundidos com uma simples gripe. Depois o quadro evolui para diarréia, vômitos, febre alta, náuseas e cólicas. Leva a desidratação e esta, sem o devido cuidado, pode levar a morte

Prevenção

A higiene é a principal forma de prevenir. Alimentos e mãos devem ser bem lavados, tanto das crianças quanto dos adultos. A vacina já é disponibilizada nos postos públicos de saúde e sua primeira dose deve ser aplicada nos bebês de dois meses até três meses e sete dias.