Estado quer usar Tietê para transporte em 2004

Jornal da Tarde - 26/5/2003

seg, 26/05/2003 - 9h40 | Do Portal do Governo

Flávio Mello


Jornal da Tarde – 26 de maio de 2003

Pelo projeto do governo, rio pode ter embarcações para carga e passageiros

No que depender do governo do Estado, o Rio Tietê poderá começar a ser usado para transportes de cargas e até de passageiros a partir do segundo semestre de 2004. Um estudo, que começará a ser feito em junho pelos técnicos da Secretaria Estadual dos Transportes e deve ser concluído na metade do próximo ano, vai estabelecer os critérios para incluir a hidrovia na matriz de transporte da região metropolitana de São Paulo.

Na primeira fase, o governo estadual pretende implantar dois trechos hidroviários na capital de São Paulo: o primeiro começaria na barragem da Penha e iria até a eclusa do Cebolão, cujas obras devem ser terminadas nos próximos meses, e o segundo, do Cebolão até Carapicuíba. No total, esses dois trechos representação 35 quilômetros de extensão.

Não está afastada a possibilidade de, numa segunda fase, a hidrovia ser levada para o Rio Pinheiros, já na zona sul da cidade. A idéia está sendo considerada justamente por causa da possibilidade de integração com as estações ferroviárias inauguradas há alguns anos nas margens do rio.

Esses dois trechos devem ser administrados também por empresas privadas, que vão cuidar da navegação por meio de concessão pública, a exemplo do modelo adotado na hidrovia Tietê-Paraná Num primeiro momento, as cargas que serão transportadas pela região metropolitana serão as matérias dragadas do leito do Tietê, parte das várias toneladas de lixo recolhidas na capital e as chamadas cargas especiais – grandes peças e equipamentos industriais -, normalmente transportados por carretas em horários predeterminados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Com isso, os técnicos do Estado esperam reduzir o tráfego de caminhões nas marginais, o custo do transporte e o nível de poluição ambiental na região.

‘Com o rebaixamento da calha do Tietê, teremos as condições físicas próprias para a navegação’, explicou o secretário estadual dos Transportes, Dario Rais Lopes. ‘Com o estudo, vamos definir como operacionalizar a retirada dos caminhões e fazer a integração com os sistemas municipais’, completou.

A ligação com a hidrovia Tietê-Paraná, que vai até o Paraguai, ainda não consta dos planos da Secretaria Estadual dos Transportes. Isso porque, depois de Carapicuíba, o Tietê apresenta características naturais desfavoráveis à navegação – como os trechos de corredeiras, por exemplo – até chegar à cidade de Barra Bonita.

Turismo – Além do transporte de carga, o governo estadual também estuda a utilização da futura hidrovia metropolitana para o transporte de passageiros e turístico na capital. A meta é continuar investindo na despoluição do Tietê, mas o programa todo só será concluído com o fim da terceira etapa, em 2008, desde que as demais cidades da região metropolitana deixem de jogar seus esgotos no rio.