Anúncio da medida foi feito ontem pelo secretário Gabriel Chalita, durante Fórum Governo Educador
O secretário estadual da Educação, Gabriel Chalita, anunciou ontem, durante o Fórum Regional Governo Educador realizado na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), um pacote de investimentos para Piracicaba. Ao todo, o município deverá receber em torno de R$ 7 milhões. A definição do uso da verba deverá sair em 15 dias, mas a aplicação do dinheiro prevê a construção de uma nova escola – o prefeito Barjas Negri (PSDB) pleiteia uma no distrito de Tupi, outra no bairro Água Branca e também no Residencial Santa Fé –, reformas e ajuda no transporte escolar, setor que vive momento delicado com superlotação e gastos elevados.
Para a prefeitura, a prioridade fica mesmo para a construção de escolas, seguida pela problemática do transporte escolar. Dentro deste investimento, o município poderá receber microônibus.
‘Já foi autorizada pelo governo a construção de uma escola, que custará em torno de R$ 2 milhões. Depois deve chegar a R$ 5 milhões com estas reformas todas e algumas outras parcerias para Piracicaba, além daquilo que será destinado para a região’, disse o secretário.
Segundo o prefeito Barjas Negri, a cidade deverá receber mais uma escola, que já estaria acertada desde o fim do ano passado com o governo estadual. As instituições deverão atender alunos de 5ª a 8ª séries e ensino médio. ‘Queremos a liberação o mais rápido possível para termos as escolas funcionando no início do ano que vem’, reforçou. Para isso, Negri poderá recorrer à FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) ou ao Programa de Ação Cooperativa Estado-Município para Construções Escolares. ‘Temos verba prevista para a construção dessas duas escolas, que terão dez salas de aula, e detectamos a necessidade de outra para o Residencial Santa Fé. Iremos construir de 1ª a 4ª séries e precisamos de uma contrapartida do estado para 5ª a 8ª séries’, disse.
O prefeito lembrou ainda da situação delicada que vive o transporte escolar, considerada outra prioridade. Conforme o JP já divulgou, a prefeitura atende 7.187 alunos, em 38 escolas (13 municipais e 25 estaduais), em 140 rotas, sendo três com superlotação de alunos nos ônibus escolares. Há casos em que um único ônibus, com capacidade de 45 lugares, chega a levar 126 estudantes, provocando riscos, desconforto e atrasos de mais de meia hora às aulas.
Diante do quadro, o prefeito disse que procurará fazer um levantamento rápido das escolas que precisam ter o transporte ampliado e não descarta o uso de microônibus – uma das propostas de Chalita para atender a demanda –, pois o número de alunos atendidos pela administração pública é elevado. ‘O gasto com transporte é de R$ 3,6 milhões apenas para alunos de 5ª a 8ª séries, atendendo 4.000 estudantes, 10% de toda a rede pública. Os microônibus são importantes, mas não irão suprir’, declarou.
Mesmo assim, Chalita ressaltou que os municípios terão ajuda para o transporte escolar, especialmente Piracicaba, que tem um gasto elevado. ‘Vamos ajudar com microônibus todas as cidades que tenham demanda e Piracicaba gasta muito dinheiro.’ De acordo com o secretário, São Paulo investe R$ 140 milhões por ano no setor, mas as prefeituras acabam ficando com o maior ônus. ‘Por isso, vamos liberar a compra de 300 microônibus para atender as cidades que precisam’, afirmou. A prioridade, entretanto, deverá ficar para as reformas de escolas, cujos pedidos, garante o secretário, serão atendidos rapidamente.
FÓRUM – Durante o fórum regional, que lotou as dependências do Teatro da Unimep, Chalita enfatizou que a alternativa para a área da educação são as parcerias entre o governo estadual e as prefeituras, diante da verba insuficiente para atender toda a demanda. No encontro, prefeitos e secretários de 70 municípios estiveram presentes para levar, pessoalmente, suas reivindicações ao conhecimento do governo, que vai priorizar a reforma das escolas.
O prefeito Barjas Negri aproveitou ainda o encontro para fazer um apelo a Chalita, pedindo que o governo também ajude os municípios a capacitar professores. Por ano, São Paulo investe R$ 120 milhões na formação de docentes.
Antes do Fórum Regional, o secretário participou de palestra a cerca de 2.000 professores no clube Cristóvão Colombo. O secretário ainda inaugurou simbolicamente, com o descerramento de uma placa no próprio teatro, a Escola Professora Mellita Lopenwein Brasiliense, no bairro Jaraguá e que já funciona desde o início do ano letivo.
