Estado investirá R$ 1 bilhão na região

A Tribuna - Santos - Segunda-feira, 29 de dezembro de 2003

seg, 29/12/2003 - 17h39 | Do Portal do Governo

Por Manuel Alves Fernandes

O Governo do Estado vai aplicar R$ 1 bilhão, a partir do próximo ano, na execução de um amplo plano de saneamento básico, com o objetivo de recuperar a balneabilidade das praias da Baixada Santista, reformar o emissário submarino de Santos e construir mais um na região. O anúncio foi feito pelo governador Geraldo Alckmin, durante visita a Cubatão.

Financiado pelo Japan Bank International Corporation (JBIC), o plano prevê (após a conclusão, prevista para os próximos quatro anos) — a coleta e tratamento de quase 100% dos esgotos lançados hoje nos córregos, canais e rios que desaguam — em maior ou menor escala, conforme o caso — nas praias de Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande.

Os recursos serão utilizados também para reformar o atual emissário submarino de Santos e construir um outro (Alckmin não especificou se na mesma cidade), para onde serão conduzidos os esgotos residuais que ainda contaminam as praias, depois de identificados, coletados e tratados.

‘‘Trata-se do maior investimento que o Governo estadual vai fazer em saneamento básico na Baixada Santista financiado por esse comitê do Japão e pelo Governo de São Paulo, através da Sabesp, beneficiando todas as cidades da região’’, disse Alckmin. A informação foi detalhada pelo governador diante da constatação, feita pela Cetesb, de que Praia Grande está com balneabilidade imprópria neste início de verão, por deficiências na rede de saneamento mantida pela Sabesp.

Carta

Alckmin informou que a carta de intenções para obter o financiamento do Japan Bank já foi enviada à Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, órgão do qual dependem as autorizações para os estados conseguirem empréstimos externos.

‘‘Esperamos ter a aprovação no primeiro semestre do próximo ano para assinar o contrato, contrair o financiamento e iniciar as obras. Nós teremos a região com quase 100% de todo o esgoto coletado e tratado’’, explicou.

Essas obras vão durar quatro anos, segundo o secretário de Recursos Hídricos, Mauro Arce. E o projeto só não atingirá os 100% esperados porque ainda falta maior conscientização da comunidade, uma vez que considerável parcela da população lança os esgotos diretamente na rede coletora de águas servidas, apesar da ação da Sabesp e do rigor das prefeituras na fiscalização dos esgotos clandestinos.

Depende do sucesso do plano e, também, da conscientização da comunidade, a recuperação da balneabilidade das praias da região.

O Japan Bank vem financiando as obras de rebaixamento da calha do Rio Tietê, projeto que está em andamento para reduzir os níveis de enchentes nesse curso dágua que atravessa a Capital paulista. A missão japonesa que fiscaliza a aplicação desses recursos esteve há 15 dias na Capital e ficou satisfeita com os resultados desse programa, que fica pronto no final do ano.