Estado integra ações e procura parceria para diminuir pobreza

Gazeta Mercantil - 27/3/2003

qui, 27/03/2003 - 9h28 | Do Portal do Governo

Wagner Oliveira


Cerca de 850 mil famílias passam por grave dificuldade financeira em SP

O governador Geraldo Alckmin anunciou ontem a criação da Rede Social de São Paulo para integrar ações emergenciais com foco nas famílias que sobrevivem abaixo da linha da pobreza, recebendo menos de um salário-mínimo por mês. A medida foi anunciada durante debate no Palácio dos Bandeirantes em que o governador recebeu parte do secretariado paulista, representantes de empresas e entidades do terceiro setor para ouvir sugestões. A formação de parcerias na busca de estratégias para o desenvolvimento social foi o tema da reunião.

A secretária da Assistência e Desenvolvimento Social, Maria Helena Guimarães, disse que o estado já conta com um Cadastro Pró-social Único com informações sobre as famílias mais carentes. ‘O cadastro foi elaborado pela Prodesp e será encaminhado a todas as Secretarias’, disse. ‘A idéia é garantir agilidade e transparência nas ações sociais.’

Alckmin informou que 850 mil famílias estão em situação de extrema dificuldade financeira. ‘Elas foram localizadas e residem na maior parte no Vale do Ribeira, Alto Ribeira, Pontal do Paranapanema e Serra da Mantiqueira’, observou. Estas regiões apresentam o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de São Paulo. O governador também afirmou que o programa irá focar a periferia da Região Metropolitana.

O Programa Renda Cidadã, que oferece auxílio mensal de R$ 60, prevê dobrar a ajuda financeira às famílias menos favorecidas. Alcmin destacou que o programa é aplicado nas 50 cidades com menor IDH do Estado. ‘O critério é o mais justo. Vamos dobrar o Renda Cidadã nas cidades onde a situação é mais crítica. Os municípios menores tinha 30 famílias sendo atendidas e passarão para 60. Os que tinham 60 passarão para 120’, explicou.

Vários representantes de empresas participaram do encontro. O presidente do Instituto Votorantim, Antônio Ermírio de Moraes, elogiou a iniciativa. Segundo ele, cerca de 50 propostas foram apresentadas e o importante é organizar e integrar as ações. ‘Esta ajuda tem de ser uma preocupação geral. O Estado de São Paulo é o mais rico da nação, mas também há pobreza, porque recebe gente do Brasil inteiro em busca de trabalho’, indica. ‘Então, temos de arrumar emprego a todos.’

Uma das sugestões apresentadas na reunião foi a criação de uma comissão permanente formada por integrantes do governo e das empresas interessadas para criar ações conjuntas e discuti-las com periodicidade. A secretária Maria Helena disse que irá enviar e-mails a todos os presentes para criar essa comissão.

Alckmin destacou que com o apoio de todos será possível unir esforços, evitar a dispersão de recursos e otimizar as ações. Segundo ele, tanto o estado como as entidades já possuem boas ações, mas que acabam correndo paralelas. ‘Sem a integração, você pode estar atendendo ao mesmo público-alvo várias vezes, enquanto outro não está sendo atendido.’

O governador afirmou que várias propostas ouvidas serão fundamentais para o desenvolvimento social, como a alfabetização de adultos, complementação escolar, qualificação profissional, apoio a portadores de deficiência e combate à desnutrição.