Estado define novo projeto do Instituto da Mulher

O Estado de S. Paulo - 16/6/2003

seg, 16/06/2003 - 9h46 | Do Portal do Governo

Luciana Miranda


O Estado de S. Paulo – 16 de junho de 2003

Edifícil da Avenida Dr. Arnaldo será usado para atender casos de alta complexidade

Arquitetos e engenheiros estão debruçados sobre as plantas do antigo Instituto da Mulher, a estrutura de concreto com 24 andares e 4 subsolos da Avenida Doutor Arnaldo. É o último ‘esqueleto’ de hospital público estadual da cidade. A obra, parada desde 1994, será retomada no começo de 2004. A previsão é de que as instalações comecem a funcionar em 2006.

Rebatizado de Instituto Dr. Arnaldo, o edifício abrigará um centro destinado a atendimentos de alta complexidade para câncer, transplante, aids, cabeça, pescoço e saúde feminina. ‘A divisão foi feita pelo Conselho Deliberativo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e aprovada pelo governador’, explica o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas.

O instituto será integrado ao Hospital das Clínicas. A idéia é desafogar áreas congestionadas do hospital. Serão 635 leitos adicionais – 420 em enfermarias, 68 em unidades de terapia intensiva (UTI) e de semi-intensiva, 50 em UTI para recém-nascidos e 97 no berçário. Haverá ainda 100 leitos para observação, hospital-dia (onde o paciente recebe os cuidados e vai para casa no fim do dia) e quimioterapia.

Sete andares serão destinados exclusivamente às mulheres. Elas terão 240 leitos em quatro andares de internação para o tratamento de doenças ginecológicas e a realização de partos de risco. Os outros três andares vão abrigar centro cirúrgico e ambulatórios.

Mudanças – O projeto prevê que cada uma das demais especialidades tenha também ambulatório, centro cirúrgico e ala de internação. Apesar de já estar definido o que ocupará cada andar, João Batista Rizek, assessor técnico de gabinete da secretaria, explicou que mudanças podem ocorrer por causa de necessidades técnicas da obra.

‘Contratamos uma empresa para fazer o projeto do edifício’, disse Barradas. O trabalho inclui detalhamento das instalações elétricas, hidráulicas e de dutos específicos para as necessidades de um hospital. A secretaria também convocou uma equipe do seu Departamento Técnico de Edificações, cujas atribuições incluem, por exemplo, acabamento e escolha de materiais. Até o fim do ano, o projeto estará terminado. Em seguida, será aberta licitação para contratar a construtora que concluirá a obra.

Segundo Rizek, o instituto será construído com os melhores materiais e tecnologia disponíveis no mercado. ‘Paredes e pisos serão coloridos, seguindo o mesmo padrão de outros hospitais públicos estaduais inaugurados.’

Estima-se que o custo da obra seja de R$ 90 milhões. Outros R$ 80 milhões serão gastos na compra de móveis e equipamentos.

O Instituto da Mulher foi uma idéia do ex-secretário da Saúde José Aristodemo Pinotti. A construção do prédio começou em 1990, custou R$ 96 milhões e foi interrompida. Retomar a obra era um sonho do governador Mário Covas desde meados da década passada. De seu gabinete no Palácio do Governo, no Morumbi, ele se sentia incomodado ao avistar o robusto esqueleto entre os prédios da cidade. Mas levou todo esse tempo até que os professores titulares da Faculdade de Medicina chegassem a um consenso sobre a divisão do instituto.