Estado custeará o transporte dos órgãos

A Tribuna - Santos - Terça-feira, 14 de dezembro de 2004

ter, 14/12/2004 - 9h26 | Do Portal do Governo

Da Reportagem

O uso de helicópteros e aviões particulares para transporte de órgãos será custeado pelo Governo do Estado. A resolução publicada no Diário Oficial fortalece a retaguarda da Central de Transplantes do Estado e garante a logística do serviço. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a intenção é evitar gargalos futuros devido ao aumento do número de transplantes, que cresceu 15% este ano em comparação a 2003.

O transporte particular será feito somente na falta de aviões e helicópteros do setor público, de acordo com a Assessoria de Imprensa da secretaria. Descartada a possibilidade de uma aeronave de propriedade dos governos, os hospitais terão autorização para recorrer à iniciativa privada, contando em seguida com o ressarcimento do Estado.

Segundo a assessoria, o transporte hoje é feito por helicópteros da Polícia Militar, aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e veículos terrestres dos sistemas públicos de saúde. O próprio Sistema Nacional de Transplantes já tem convênios com as empresas aéreas.

Com as duas estruturas — público e privada — garantidas oficialmente, a expectativa da secretaria é que em um dia de pico o transporte de órgãos entre cidades distantes não seja prejudicado. Isso porque o atendimento é feito com base em uma fila de espera estadual, em que a escolha do receptor é realizada a partir de testes de compatibilidade.

‘‘As doações estão aumentando consideravelmente. Se em algum dia acontecerem doações múltiplas, ao mesmo tempo, em uma situação hipotética, o Estado estará preparado’’, afirma o coordenador da central, Luiz Augusto Pereira.

O chefe do Serviço de Nefrologia da Santa Casa, Eduardo Gasi, afirma que a medida não atinge a região, pois a proximidade com São Paulo torna mais viável o transporte por meio terrestre.

A Baixada Santista, porém, acaba sendo beneficiada indiretamente, pois pacientes locais podem depender de órgãos vindos de cidades distantes no interior. ‘‘A rapidez ajuda e muito e, se demorar, perde-se o órgão’’.