Estado cria prova obrigatória para professor temporário

Folha de S.Paulo - Sexta-feira, 31 de outubro de 2008

sex, 31/10/2008 - 11h51 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

O governo José Serra (PSDB-SP) divulga hoje, no “Diário Oficial”, a implantação de uma prova obrigatória para os professores que desejam ser temporários na rede estadual -atualmente, são 100 mil.

O exame, um dos motivos da greve na rede em junho, valerá 44,4% da nota final do candidato para a escolha das vagas, isso é, 80 pontos. O critério terá o mesmo peso do tempo de serviço do docente. Até então, eram considerados só esse último quesito e os títulos, como mestrado (que agora representam os demais 11,1%, ou 20 pontos).

O exame será obrigatório para os temporários que pretendem permanecer na rede em 2009 e para novos docentes.

A prova terá como base a proposta curricular do Estado, implantada neste ano. O governo diz que a intenção é melhorar a qualidade das aulas.

“Queremos escolher professores que conheçam a nossa proposta”, afirmou Fernando Padula, chefe-de-gabinete da secretária da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.

Escolherão as aulas, primeiro, os docentes efetivos (cerca de 130 mil). Depois, os temporários mais bem classificados na avaliação -eles atuam onde não há efetivos suficientes.

A criação do exame foi um dos principais motivos da greve de 20 dias dos professores.

A Apeoesp (sindicato dos docentes) dizia que o método poderia tirar da rede educadores experientes, o que prejudicaria os profissionais e a qualidade de ensino. A greve terminou após acordo, na Justiça, que previa a manutenção da negociação. “Continuamos contrários ao exame. Um dos problemas é que terá como base a proposta curricular, que foi para as escolas cheia de erros”, diz a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha. Ela defende a realização de concursos. “Mas o fato de o exame ter o mesmo peso do tempo de serviço diminui o perigo de um jovem tirar a vaga de um experiente”, afirma.

A secretaria diz que pretende reduzir os postos temporários. Para isso, mandará à Assembléia projeto que cria 75 mil cargos de professores. A aprovação pelo Legislativo, porém, não significa contratação imediata. Será apenas um aval para a abertura de concursos.

A pasta diz que não acabará com os temporários, pois eles são importantes para substituir, por exemplo, quem tira licença ou engravida.