Estado cria novos circuitos turísticos

Folha de S. Paulo - Domingo, 15 de fevereiro de 2004

seg, 16/02/2004 - 9h18 | Do Portal do Governo

Fausto Siqueira, da Agência Folha, em Santos

O pólo ecoturístico Caminho do Mar integra um projeto do governo do Estado, em execução, de implantação de circuitos turísticos na maioria das regiões. O litoral está contemplado com outros dois – o Caminhos de Anchieta, uma versão local do caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, e o Circuito dos Fortes.

O primeiro pretende recuperar as trilhas litorâneas percorridas pelo padre José de Anchieta no século 16. O segundo propõe visitas integradas a oito fortalezas históricas construídas entre os séculos 16 e 20 em Santos, no Guarujá e em Bertioga. Em ambos os casos, a resolução de criação dos circuitos está assinada. A previsão para o início das operações turísticas é de três meses.

Além desses, foram criados ou se encontram em fase de formulação dos projetos outros oito, dos quais um está em funcionamento. É o Circuito das Frutas, que reúne 12 cidades das regiões de Atibaia, Bragança Paulista e Campinas. Dos que estão em processo de implantação, o mais adiantado é o dos Bandeirantes (oito municípios na região de Itu).

Definido o formato administrativo do programa, o Estado concede a exploração por meio de concorrência pública ou cessão aos municípios. Nos casos dos circuitos das Frutas e dos Bandeirantes, optou-se pela criação de consórcios de prefeituras para gerenciar os programas.

Até o final deste ano, está prevista a criação dos circuitos Café com Leite, das Águas, do Rio Aguapeí, de Aventura e Lazer, Ecoturístico do Vale do Ribeira e da Hidrovia Tietê-Paraná.

ONG deve gerenciar turismo

A execução do projeto do pólo ecoturístico Caminho do Mar envolve quatro secretarias estaduais (Cultura, Transportes e Energia, Meio Ambiente e Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento e Turismo), mas a administração não será do governo paulista.

‘Estamos organizando o turismo no local, mas não temos a intenção de explorar porque, na nossa opinião, isso não é função do Estado. Pretendemos entregar a gestão operacional a uma ONG (organização não-governamental)’, afirmou o secretário-executivo de Turismo, Marco Antonio Castello Branco.

Isso deverá acontecer somente depois da restauração dos monumentos, incorporados ao patrimônio da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) e que situados às margens da rodovia, administrada pela estatal Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A).

O projeto de restauração, que custará pelo menos R$ 4,1 milhões, já recebeu certificação da Lei Rouanet, de incentivo à cultura. Com o atrativo dos benefícios fiscais concedidos por essa lei, a pretensão é atrair empresas públicas e privadas para investir na obra.

Monumentos

Entre os monumentos que necessitam de restauração, estão o Pouso de Paranapiacaba e o Rancho da Maioridade, ambos com grandes painéis pintados em azulejo, antigos pontos de parada para os carros que subiam a serra pelo Caminho do Mar no início do século 20.

O patrimônio de maior valor histórico é a calçada do Lorena, um caminho pavimentado com lajes de pedra e construído no final do século 18 com base em projeto do Real Corpo de Engenheiros. Pela calçada, passou a comitiva de d. Pedro 1º, de volta do litoral, antes de proclamação da Independência do Brasil, em 1822.