Da Sucursal de Itanhaém
A Tribuna – Santos – Sexta-feira, 1º de agosto de 2003
O Governo do Estado resolveu bancar a conclusão das obras do Hospital de Itanhaém, que estavam ameaçadas por falta de recursos. A informação foi passada no final da tarde de ontem pelo diretor regional de Saúde, José Ricardo Martins Di Renzo. No total, serão necessários R$ 212 mil, valor que caberia à Prefeitura como contrapartida no contrato firmado com o Ministério da Saúde. Com essa decisão, fica afastada a hipótese de paralisação definitiva dos serviços, com a consequente perda de R$ 1 milhão 200 mil que seriam liberados pelo Reforsus para a última etapa da obra.
A Prefeitura recorreu ao Estado por estar atravessando uma crise econômica sem precedentes, o que impediria o cumprimento do compromisso financeiro.
Na última quarta-feira, durante a reunião para debater a regionalização do hospital, o secretário municipal de Saúde, Alder Ferreira Valadão, anunciou que o Município não teria condições de arcar com os R$ 212 mil.
Diante do risco de perda da verba federal e da iminente paralisação definitiva dos serviços, Di Renzo se comprometeu a tentar conseguir o dinheiro junto ao secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.
O risco de paralisação definitiva da obra se justifica pelo fato de que o contrato firmado com a Construcorp Engenharia termina no próximo dia 30 de setembro.
Portanto, caso o valor total não seja repassado à empreiteira antes dessa data, será necessário promover uma nova licitação para a execução dos serviços que faltam. Como a burocracia estatal costuma emperrar esses trâmites burocráticos, é certo que a obra não seria retomada este ano.
A parte estrutural do hospital está concluída. Cálculos do diretor da Divisão de Projetos da Secretaria de Estado da Saúde, Adhemar Dizioli Fernandes, apontam que 80% dos serviços estão prontos, faltando apenas a pintura das paredes e outros detalhes do acabamento.
A possibilidade de paralisação na obra surpreendeu Di Renzo, que compareceu à reunião em Itanhaém para discutir o processo de regionalização da unidade e não a dificuldade financeira para conclusão do prédio.
‘‘A aprovação dessa verba do Reforsus foi tão traumática, que não podemos perder esse esforço, que contou, inclusive, com o apoio de prefeitos de outras cidades da Região Metropolitana, convencidos da importância desse hospital’’, resumiu o diretor regional de Saúde.
Demora
Iniciada em abril de 2001, a obra prevê uma ampliação de 35% na capacidade de atendimento da unidade. O investimento global é de R$ 3 milhões 800 mil, com verbas do Reforsus, vinculado ao Ministério da Saúde, a maior parte já liberada.
A verba permitiu a reforma de 2.990 metros quadrados e a construção de uma nova ala de 504,90 metros quadrados. O número de leitos passará de 95 para 125. De acordo com o projeto, a unidade também passará a contar com banco de sangue capaz de atender Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe, no Litoral Sul, além de Itariri e Pedro de Toledo, no Vale do Riberira.