Estado anuncia segunda edição dos Jogos Indígenas

A Tribuna - Santos - Segunda-feira, 9 de maio de 2005

seg, 09/05/2005 - 9h35 | Do Portal do Governo

Da Sucursal de Itanhaém

Cerca de 30 mil pessoas assistiram à primeira edição dos Jogos Indígenas do Estado de São Paulo, que terminou ontem, em Itanhaém. Oitocentos índios representando 30 aldeias espalhadas por 15 municípios do Estado participaram das competições. Satisfeito com o evento, o secretário de Estado da Juventude, Esporte e Lazer, Lars Grael, confirmou o apoio do Governo do Estado para a realização da segunda edição dos jogos, em março do ano que vem.

Grael participou da abertura do evento, na última sexta-feira. Na avaliação do secretário municipal de Turismo, Antonio Joia Filho, o evento foi produtivo e alcançou os resultados esperados: ‘‘Tentamos resgatar a cultura indígena da região’’.

Os indígenas — 800, sem contar as crianças —, ficaram alojados em escolas da cidade. ‘‘Foi preciso muita logística para abrigar todos eles’’, ressaltou Joia Filho.

Próxima edição

Nos próximos jogos, em 2005, o secretário municipal de Turismo pensa em incluir outras modalidades. ‘‘Vamos tentar colocar canoagem’’, adianta.

A escolha da modalidade, segundo Joia Filho, também visa agradar Grael. ‘‘O secretário da Juventude gosta de canoagem. Ele (Grael) achou o evento maravilhoso’’, comemora.

Também presente ao encerramento do evento, que ocorreu na tarde de ontem, o representante da Funai na região, Amauri Vieira, considerou importante a realização dos jogos. ‘‘Isso demonstra a valorização e o respeito que a Prefeitura tem pelos índios da região’’, salienta Vieira.

Durante os três dias do evento, os indígenas participaram de várias provas, realizadas em diversos pontos de Itanhaém. As provas de atletismo e futebol foram feitas no Campão, no Centro.

Houve competição de salto em altura, 100 metros feminino, 200 metros masculino, dois mil metros feminino e cinco mil metros masculino. Teve ainda disputa no cabo de guerra, arco e flecha, zarabatana, futebol e huca-huca, uma espécie de luta corporal. Quem não participou dos jogos aproveitou para expor e vender artesanato indígena.

Além de reunir diferentes etnias e ser uma oportunidade para a população e turistas conhecerem um pouco mais da cultura indígena, o evento também foi uma oportunidade para que os indígenas discutissem problemas comuns, durante o Fórum Especial Indígena, realizado no último sábado.

Mongaguá

Um grupo de 25 estudantes e cinco professores americanos estará, na manhã de hoje, em Mongaguá para uma visita ao Projeto Jaguatareí Nhemboé, na Aldeia Indígena Aguapeú. Caminhando e aprendendo. Essa é a filosofia do projeto, implantado pelo Centro de Trabalho Indigenista e Ministério do Meio Ambiente com o apoio da Prefeitura de Mongaguá.

Desde a década de 80, turistas e estudantes costumam visitar a Aldeia Aguapeú interessados em conhecer a cultura guarani. O Jaguatareí Nhemboé foi criado com a finalidade de organizar a visitação, que será monitorada por um representante da aldeia.

O roteiro começa com a travessia do Rio Aguapeú (cerca de um quilômetro) até a casa dos barcos. Após o desembarque, os visitantes percorrerão uma trilha de acesso à Casa de Cultura Nhanhemboeá, onde há uma exposição permanente de mapas, painéis, fotos e artesanatos da comunidade indígena.

Além de conhecer o histórico da luta pela demarcação da reserva indígena, as atividades tradicionais de subsistência, cantos, danças, costumes e tradições, os visitantes também irão apreciar a exuberância da Mata Atlântica, preservada pelos nativos.