Estado anuncia corredor de exportação

Correio Popular - Campinas - Terça-feira, 18 de janeiro de 2005

ter, 18/01/2005 - 9h12 | Do Portal do Governo

Obra faz parte de pacote de R$ 1,17 bi e inclui privatização da D. Pedro, entre outras

Gilson Rei
Da Agência Anhangüera

O Governo do Estado vai anunciar hoje, às 11h, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, um pacote de obras em rodovias que prevê investimentos de R$ 1,17 bilhão para obras de recuperação em 1,6 mil quilômetros de rodovias paulistas, incluindo a região de Campinas. O governador vai detalhar também o Projeto do Corredor de Exportação Campinas-São Sebastião, que incluiu a privatização das rodovias Dom Pedro I, Carvalho Pinto, Ayrton Senna e a duplicação da Rodovia dos Tamoios. Algumas delas contarão com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O corredor deverá entrar em operação a partir de 2006 para escoar, por rodovias, produtos de importação e exportação da região de Campinas e de todo o Interior do Estado, gerando divisas, empregos e crescimento econômico.

As rodovias ligam a Capital e o resto do Estado, incluindo o Aeroporto de Viracopos, em Campinas e o Porto de São Sebastião. Atualmente, estas rodovias são as últimas grandes ainda administradas pela Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa).

O anel viário José Roberto Magalhães Teixeira, que também é administrado pela Dersa, deverá entrar no pacote de privatizações. Deverão integrar, ainda, as obras e privatizações as rodovias Raposo Tavares, na altura de Presidente Prudente, e dois trechos da Rodovia Marechal Rondon.

O pacote de obras deverá consumir um investimento de R$ 1,17 bilhão para a duplicação da Tamoios e a construção de um novo acesso entre Caraguatatuba e São Sebastião. Parte da verba será bancada pela iniciativa privada, como contrapartida da concessão para exploração das rodovias Dom Pedro, Carvalho Pinto-Ayrton Senna, do Porto de São Sebastião e da própria Tamoios. Só a duplicação da Rodovia São José-Caraguá está orçada em R$ 825 milhões e deve estar concluída, segundo cronograma da Secretaria dos Transportes, até o final de 2008.

A Secretaria Estadual de Transportes informou ontem, por meio da assessoria de comunicação, que o detalhamento do pacote de obras e a confirmação do volume a ser investido será oficializado hoje pelo governador, Geraldo Alckmin (PSDB).

O corredor rodoviário deverá ter 260 quilômetros de extensão entre o Aeroporto de Viracopos e o Porto de São Sebastião, passando pela região do Vale do Paraíba, onde serão criados terminais de logística entre as rodovias Carvalho Pinto e dos Tamoios. Os terminais de logística vão ser intermodais, onde a carga importada ou a ser exportada poderá ser remanejada e distribuída para as áreas aduaneiras ou para destinatários de qualquer cidade.

A redução dos custos também é considerada como uma vantagem para os exportadores. O custo da operação no Porto de São Sebastião chega a ser 40% menor do que o praticado pelo Porto de Santos, segundo o secretário estadual de Transportes, Dario Rais Lopes. “O novo canal de exportação não veio para competir com o Porto de Santos, mas para ampliar as condições exportadoras do Estado”, afirmou.

A nova linha de exportação criará uma logística de comércio exterior mais consistente, aumentando a competitividade do Estado de São Paulo, não só em função do baixo custo das tarifas do Porto de São Sebastião, mas também da proximidade com o parque industrial das regiões de Campinas e do Vale do Paraíba.

Diagnóstico

O pacote a ser anunciado hoje faz parte do Plano Diretor de Desenvolvimento dos Transportes (PDDT). O estudo se baseou em um diagnóstico da situação atual do sistema para formular um conjunto de estratégias capazes de buscar mais eficiência para atender às demandas no futuro, removendo os gargalos e os pontos críticos registrados hoje.

O segmento de carga geral representa cerca de 80% do total de toneladas movimentadas no Estado. Outro fator relevante quanto à demanda de transporte é a sua concentração regional, já que cerca de 50% das viagens têm origem ou destino no quadrilátero formado por Sorocaba, Campinas, Santos e São José dos Campos.

Para fazer frente à futura demanda de transporte de carga, será incentivada a intermodalidade, que mobiliza todos os modos de transporte, particularmente o rodoviário e o ferroviário. A implantação da infra-estrutura proposta no PDDT requer recursos estimados em R$ 35 bilhões até 2020, distribuídos entre os governos federal e estadual e o setor privado.